Em outubro. Faltam professores em 480 agrupamentos de escolas

Mais de um mês após o início do ano letivo, 480 agrupamentos de escolas continuam a debater-se com falta de professores e 12 apresentam uma dezena de horário vazios, adiantou esta quarta-feira, no Parlamento, o ministro da Educação. Fernando Alexandre admitiu que "o número de alunos sem aulas" é ainda uma incógnita.

Carlos Santos Neves - RTP /
Miguel A. Lopes - Lusa

"Um dos problemas mais graves é a falta de professores", reconheceu o ministro da Educação, Ciência e Inovação, ao intervir em sede de comissão parlamentar, no âmbito da apreciação na especialidade da proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.

"A 24 de outubro, nós tínhamos 1.240 horários por preencher, tínhamos 480 agrupamentos em que tinham pelo menos um horário por preencher e tínhamos 12 agrupamentos que tinham dez ou mais horários por preencher", indicou Fernando Alexandre.O número avançado pelo titular da pasta da Educação pode já estar desatualizado, como admitiu o próprio.

Os 1.240 horários sem docentes, prosseguiu o governante, "estão todos concentrados" na Grande Lisboa, na Península de Setúbal e em algumas zonas do Alentejo e do Algarve.

O número de horários vazios, afirmou, não permite apurar quantos alunos se encontram sem aulas: "Muitos de nós gostaríamos de saber responder ao número de alunos sem aulas. O sistema ainda não está montado para responder a isso. Vai estar. Temos de ter informação absolutamente rigorosa".

A proposta de Orçamento prevê "gastar mais 118 milhões de euros" para contrariar a falta de docentes, ainda segundo Fernando Alexandre. O ministro da Educação lembrou medidas que já vigoram, nomeadamente o apoio à deslocação e um novo concurso externo extraordinário destinado a estabelecimentos de ensino específicos. A proposta de Orçamento do Estado para 2026 enquadra um "aumento de seis por cento para as áreas da educação, ensino superior e ciência", o que equivale a "mais 621 milhões de euros" relativamente a este ano, observou Fernando Alexandre.

Outra medidas passam pelo pagamento do serviço docente extraordinário ou permitir que os professores prolonguem a carreira além da aposentação.

Na ótica do ministro, num universo de "mais de 128 mil professores, é natural que haja sempre horários por preencher, a questão é a rapidez com que é preenchido" cada horário.

c/ Lusa

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