Entrevista à RTP. Mariana Mortágua diz que objetivo é "ganhar à esquerda"

por RTP

Foto: Pedro Pina - RTP

Mariana Mortágua diz que o seu objetivo para estas eleições legislativas é "ganhar à esquerda e ampliar a esquerda". Em entrevista à RTP, a coordenadora do Bloco de Esquerda considera que "é óbvio" que não vai haver uma maioria absoluta e diz que é preciso "uma relação de forças".

“Torna-se óbvio que não vai haver uma maioria absoluta. Nós sabemos que não vai haver uma maioria absoluta”, disse a coordenadora do Bloco de Esquerda em entrevista à RTP.

Mariana Mortágua apela, por isso, ao diálogo entre deputados e partidos para que possam chegar a entendimento sobre ideias e acordos.

Sobre o objetivo do BE para estas eleições, Mortágua é clara: “O nosso objetivo é ganhar à esquerda, ampliar a esquerda”.

A coordenadora dos bloquistas acusa o PS e o PSD de terem “transformado a campanha eleitoral” e considera que “desviar das ideias para ataques pessoais degrada a forma como podemos debater as ideias”.

Mortágua considera que “é preciso uma relação de forças” que permita ao BE eleger deputados para impor as suas medidas. Entre as medidas bandeira do partido está a taxação dos ricos. A coordenadora do partido explica que a proposta replica o que já existe em Espanha, que tem um imposto sobre grandes fortunas, acima dos três milhões de euros.

“A receita poderia exceder os três mil milhões de euros, uma verba suficiente para poder investir na saúde, distribuir a riqueza, ter melhores creches e escolas”, argumentou.

O mesmo se aplica à grandes empresas como a Galp, EDP, ANA, que segundo a coordenadora do BE, “têm apresentado lucros astronómicos”.

“É mais que justo que essas empresas, que no fundo conseguem os lucros porque pagam baixos salários, porque têm monopólios sobre setores essenciais, possam pagar um contributo sobre esses lucros”, disse.

Sobre a defesa, Mortágua defende o apoio, incluindo o militar, à Ucrânia, e deixa claro o apoio ao envio de armas para Kiev.

A coordenadora dos bloquistas considera que a “extrema-direita europeia é aliada de Putin” e observa que para que o presidente russo consiga entrar em potências europeias como a França e a Alemanha, Putin “não precisa de enviar os seus exércitos, basta que os partidos por ele financiados ganhem as eleições”.

“O que acontece se um partido aliado de Putin ganhar o Governo na Alemanha ou em França? O que vai acontecer a um exército europeus liderado pelos franceses e alemães se um partido de extrema-direita ganhar nesses países?”, questionou Mortágua, para defender que cada país deve ter a sua soberania.
PUB