Entrevista à RTP. Rui Tavares assume que objetivo do Livre é ultrapassar Iniciativa Liberal

Rui Tavares assumiu, em entrevista à RTP, que o Livre tem como objetivo ultrapassar a Iniciativa Liberal nestas eleições. O candidato às legislativas de 18 de maio voltou também a defender uma das principais bandeiras do partido: a atribuição de um apoio de 5.000 euros em certificados de aforro para todas as crianças nascidas em Portugal.

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Foto: Pedro A. Pina - RTP

Questionado sobre se o partido pretende tornar-se o primeiro dos partidos à esquerda do PS, ultrapassando BE e PCP, Rui Tavares respondeu que “o que o Livre quer é ficar à frente da Iniciativa Liberal”.

“Esse é o objetivo eleitoral que temos, que algumas sondagens nestas eleições nos permite acalentar que seja possível. Mas é um objetivo político geral. Porque para mudar a política em Portugal, nós achamos que é importante que uma esquerda ecologista e europeísta fique à frente da direita neoliberal”, declarou na entrevista conduzida pelo jornalista Vítor Gonçalves.

Rui Tavares considerou também que “é preciso haver força dada ao Livre para que algumas medidas, mesmo as melhores que estejam no programa do PS, sejam efetivamente implementadas”.

Isto porque “sabemos que o PS na governação muitas vezes tem uma espécie de uma sobranceria” e “não dá corda aos sapatos para implementar as coisas”, acredita o líder do Livre.

Sobre a medida da “herança social”, que prevê um apoio de 5.000 euros em certificados de aforro para todas as crianças que nasçam em Portugal, Rui Tavares explicou que “os contornos são muito semelhantes ao abono de família”.

“É para quem é residente, é para quem é contribuinte, quem está inscrito nas Finanças, está inscrito na Segurança Social”, sendo uma prestação “levantada entre os 18 e os 35 anos, o que quer dizer que é mais exigente do que o abono de família”, elaborou.

Na visão do Livre, este apoio permitiria que “uma pessoa que está a entrar na vida ativa não esteja em desvantagem perante alguém que vem de uma família mais rica”.

Em relação à NATO, o candidato considerou que a defesa na Europa deve ser levada a sério e defendeu a criação de uma comunidade europeia.

“Com Trump, neste momento [a NATO] permanece uma enorme incógnita e os europeus não podem ficar parados. É por isso que defendemos a criação de uma comunidade europeia de defesa, dentro da NATO enquanto isso fizer sentido, mas (…) que possa ser autónoma”, explicou.

Questionado também sobre o conclave que decorre no Vaticano, considerou que “seria uma extraordinária notícia para o mundo se o próximo líder religioso e moral dos católicos (…) fosse Tolentino Mendonça”.
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