Política
Autárquicas 2025
Ex-militantes do CDS no Chega? "Nós somos um viveiro de quadros", diz Nuno Melo
Nenhuma candidatura à Câmara Municipal de Mondim de Basto, no distrito de Vila Real, quis perder o mercado da primeira quinta-feira do mês.
"É a única oportunidade que temos antes das eleições", explica Fernando Avelino Silva, candidato centrista à autarquia. Ele veio, os outros também: PS, PSD e Chega montam a barraquinha na feira, embalados pelos hinos de campanha de cada um. Ao fundo ouve-se qualquer coisa como "vamos todos lutar por Mondim de Basto continuar a trabalhar". É uma das canções que apelam ao voto no dia 12 de outubro.
Não é, ainda assim, só por causa da política local que estão cá, também, as televisões. Os jornalistas vêm ouvir Nuno Melo, o líder do CDS-PP que incluiu a feira de Mondim de Basto no roteiro da campanha às autárquicas. O presidente do partido veio apoiar o candidato centrista à câmara, mas não consegue, no percurso, fintar os adversários. Cumprimenta-os de aperto de mão e vai distribuindo "saudações democráticas".
Ninguém fica de fora dos cumprimentos - nem Torcato Moura, que já foi militante do CDS e que agora concorre pelo Chega. A mudança não provoca estranheza em Nuno Melo: "Nós somos um partido de quadros - somos um viveiro de quadros. Nós formamos pessoas e o facto de outros partidos quererem vir recrutar ao CDS é sinal, também, daquilo que o CDS é. A diferença é que nós, precisamente por termos essa capacidade de formar quadros, rapidamente substituímos aqueles que por alguma razão queiram sair, muitas vezes porque não ascendem ao que gostariam no percurso que é democrático e interno". E estão assim justificadas as trocas nos partidos da direita mais direita.