Gaia altera PDM e novo centro tecnológico será construído entre 2023 e 2030

por Lusa

A Câmara de Vila Nova de Gaia aprovou hoje por unanimidade a alteração do Plano Diretor Municipal (PDM) que permitirá a construção entre 2023 e 2030 de um centro tecnológico na Madalena, num investimento de 700 milhões de euros.

"É num terreno que não é do município, mas de um fundo que pertence à Caixa Geral de Depósitos, e que veio a revelar-se interessante para um grupo de investidores que aglomeram a Google, a Samsung, a IBM, e que querem instalar naquela zona um centro tecnológico que inclua uma unidade de investigação na área da Saúde, uma unidade de `startup` e `co-working`, uma pequena unidade comercial, um centro de convenções e uma zona de habitação e residência de estudantes", explicou o presidente da autarquia.

O fundo, administrado e gerido pela Caixa Gestão de Ativos Sociedade Gestora de Fundos de Investimento, apresentou uma proposta de aquisição do imóvel, onde está inserido o Parque de Campismo da Madalena, no valor de oito milhões de euros, para ali instalar um campus universitário e tecnológico.

Segundo Eduardo Vítor Rodrigues, a proposta "é particularmente interessante porque impede que o terreno seja utilizado para habitação, tal como prevê o PDM" situando-se no local onde está o parque de campismo gerido pela Orbitur.

Atualmente, o parque de campismo ocupa 20% da área total do terreno, que é de 20,8 hectares, por isso, quando o polo começar a ser construído o objetivo será criar uma zona de lazer onde se inclua aquele equipamento.

"Aprovar a alteração ao PDM", defendeu o autarca, deixa também em aberto "que o atual parque de campismo, que corresponde a uma utilização de cerca de 15% da área total, possa lá manter-se, o que não quer dizer que a Orbitur continue, porque o concurso de concessão já terminou".

Segundo Eduardo Vítor Rodrigues "são mais de 700 milhões de euros de investimento" que irão gerar "mais de 15 mil empregos", algo que definiu como "extraordinário não apenas para Gaia, como para a região".

Avançado que o contrato "ao que tudo indicada, será assinado em fevereiro", o autarca quer junto da CGD deixar claro que são estas as condições que aceitam e que "se vier outra coisa depois do PDM ser aprovado não vão aceitar porque o violará".

"Se tudo correr bem eles assinam o contrato em fevereiro e começamos logo a trabalhar nos projetos, respeitando estas condições", acrescentou.

Da parte da oposição, o vereador social-democrata Rui Rochas Pereira alertou para "riscos que têm de ser acautelados" e levantou questões como a "definição rápida de uma rede de transportes para aquela zona" e o "acautelar, no projeto, de que a zona de habitação seja a última a ser construída, evitando que haja um desvirtuar" do mesmo.

Eduardo Vítor Rodrigues respondeu para explicar que quem vai trabalhar e viver no centro tecnológico "é um tipo de público cujos hábitos de mobilidade não são tradicionais, é o público da trotinete e da bicicleta elétrica, de mochila às costas, altamente qualificados e a residir no próprio local, numa lógica de `co-working`".

O prazo definido para "o investimento são sete anos" e está previsto "que seja em 2023", decorrendo "há um ano e meio" os trabalhos de preparação e que foi "uma negociação dura", disse.

"Não temos contratos definitivos firmados, mas há contratos-promessa, um contrato-promessa feito entre o fundo e o investidor e há também de várias marcas com o próprio investidor. Nenhum investidor se iria atirar a uma coisa destas se não tivesse a montante um conjunto de suportes", assinalou o autarca socialista.

O autarca destacou ainda ser este investimento "o maior da região Norte e um dos maiores do país".

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