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Política com Assinatura
Governo do Chega? "Faria tudo para inviabilizar e encontrar uma solução para excluir a extrema-direita"
Se vencesse as eleições para a Presidência da República, António Filipe "tentaria evitar que em Portugal houvesse um Governo de extrema-direita".
Imagem e edição vídeo de Pedro Chitas
Sobre o líder do Chega, António Filipe considera que “ele faz da mentira algo de essencial da sua mensagem política” e conclui: “A sua eleição não prestigiaria minimamente a Presidência da República”. António Filipe responsabiliza o poder económico e a comunicação social pela ascensão da extrema-direita em Portugal.
Na opinião do candidato à Presidência da República apoiado pelo PCP, “o poder económico joga a cartada da extrema-direita para evitar que haja soluções de natureza progressista, para evitar que haja avanços na capacidade de resposta do Estado Social, isso parece-me inequívoco”.
O histórico do PCP fala mesmo de uma “promoção absolutamente desproporcionada da extrema-direita".
Bomba atómica tem de ser utilizada com “enorme bom senso”
Se António Filipe fosse presidente da República quando o PCP e o Bloco de Esquerda rejeitaram o Orçamento do Estado para 2021, não tinha dissolvido o Parlamento, como fez Marcelo Rebelo de Sousa na altura.
“Quando o Presidente dissolveu a Assembleia da República, acho que esteve mal”, considera o candidato apoiado pelo PCP.
António Filipe defende mesmo que o Governo “devia ter a possibilidade de reformular essa proposta orçamental”.
A dissolução do Parlamento, conhecida como a bomba atómica, "tem de ser utilizada com enorme bom senso”, afirma António Filipe.
O problema não é de Seguro, é do PS
O Partido Socialista ainda não revelou que candidato à Presidência da República vai apoiar. E sobre isso, na opinião de António Filipe, “eu nem diria que é um problema do candidato António José Seguro (...), é um problema é do PS”.
Saúde: “pode acontecer uma desgraça”
Está o Governo a falhar na saúde? “Eu acho que está, e aliás, a prática está a demonstrá-lo”, afirma António Filipe.
O candidato a Belém acrescenta que “não podemos aceitar que em 2025 sejamos confrontados, com imensa frequência, por crianças a nascerem em ambulâncias nas autoestradas, não pode ser”.
António Filipe deixa o aviso, “porque pode acontecer uma desgraça”.
Não é o conteúdo, é a falta de cumprimento da Constituição que é uma preocupação.
António Filipe considera que “a revisão da Constituição não é uma prioridade, de maneira nenhuma”, porque, diz, “o problema da Constituição não é o que ela contém, é o grau de incumprimento daquilo que ela contém em muitos aspetos, sobretudo na área social”.
“Voto eletrónico é um perigo para a Democracia” Ao podcast Política com Assinatura, António Filipe mostra-se contra o voto eletrónico. Considera que está entre as “soluções muito perigosas para a Democracia”.
"Não sou favorável à limitação de mandatos”
O candidato à Presidência da República discorda da limitação de mandatos no que diz respeito aos presidentes das câmaras municipais. Considera que é “uma limitação da vontade popular” e utilizada, erradamente, para combater a corrupção.
“O combate à corrupção não deve ser feito por via de desconfiar de todos” e defende que a limitação de mandatos deve ser uma “exceção”.
5% do PIB para a Defesa: “Acho isso uma loucura”
“Acho isso uma loucura, uma insanidade” - é desta forma que António Filipe caracteriza a decisão, aprovada pelos países da NATO, de investir cinco por cento do PIB em Defesa até 2035.
“E não nos venham dizer que isso não conta nas contas públicas, no défice público. Não conta, mas tem que se pagar”, avisa.
António Filipe diz mesmo tratar-se de “uma engenharia contabilística”. A decisão do Governo em reconhecer o Estado da Palestina agrada a António Filipe, mas o histórico comunista quer mais.
Nesta entrevista à Antena 1 defende que, depois do reconhecimento, o Governo deve adotar “medidas concretas”, inclusive rever a relação bilateral com Israel. “Creio que se justifica, sim”, adianta.
“Claro que recebia Zelensky em Belém”
Se o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viesse a Portugal e António Filipe fosse presidente da República, “receberia com certeza”.
O histórico comunista defende que “Portugal não deve falar só com quem simpatiza politicamente” e defende que o Estado português não deve “alimentar o prosseguimento da guerra” entre a Rússia e a Ucrânia. Entrevista conduzida pela editora de política da Antena 1, Natália Carvalho.