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Governo do Chega? "Faria tudo para inviabilizar e encontrar uma solução para excluir a extrema-direita"

Se vencesse as eleições para a Presidência da República, António Filipe "tentaria evitar que em Portugal houvesse um Governo de extrema-direita".

Andreia Brito, Natália Carvalho - Antena 1 /

Imagem e edição vídeo de Pedro Chitas

Em entrevista ao podcast da Antena 1 Política com Assinatura, confrontado com a possibilidade de ter de dar posse a um Governo liderado por André Ventura, o candidato à Presidência da República apoiado pelo PCP afirma que “procuraria no quadro constitucional" ao seu "dispor inviabilizar ou encontrar uma outra solução que não incluísse a participação da extrema-direita no Governo”.

Sobre o líder do Chega, António Filipe considera que “ele faz da mentira algo de essencial da sua mensagem política” e conclui: “A sua eleição não prestigiaria minimamente a Presidência da República”.
António Filipe responsabiliza o poder económico e a comunicação social pela ascensão da extrema-direita em Portugal.

Na opinião do candidato à Presidência da República apoiado pelo PCP, “o poder económico joga a cartada da extrema-direita para evitar que haja soluções de natureza progressista, para evitar que haja avanços na capacidade de resposta do Estado Social, isso parece-me inequívoco”.

O histórico do PCP fala mesmo de uma “promoção absolutamente desproporcionada da extrema-direita".
Bomba atómica tem de ser utilizada com “enorme bom senso”

Se António Filipe fosse presidente da República quando o PCP e o Bloco de Esquerda rejeitaram o Orçamento do Estado para 2021, não tinha dissolvido o Parlamento, como fez Marcelo Rebelo de Sousa na altura.

Quando o Presidente dissolveu a Assembleia da República, acho que esteve mal”, considera o candidato apoiado pelo PCP.

António Filipe defende mesmo que o Governo “devia ter a possibilidade de reformular essa proposta orçamental”.

A dissolução do Parlamento, conhecida como a bomba atómica, "tem de ser utilizada com enorme bom senso”, afirma António Filipe.
O problema não é de Seguro, é do PS

O Partido Socialista ainda não revelou que candidato à Presidência da República vai apoiar. E sobre isso, na opinião de António Filipe, “eu nem diria que é um problema do candidato António José Seguro (...), é um problema é do PS”.
Saúde: “pode acontecer uma desgraça”

Está o Governo a falhar na saúde? “Eu acho que está, e aliás, a prática está a demonstrá-lo”, afirma António Filipe.

O candidato a Belém acrescenta que “não podemos aceitar que em 2025 sejamos confrontados, com imensa frequência, por crianças a nascerem em ambulâncias nas autoestradas, não pode ser”.

António Filipe deixa o aviso, “porque pode acontecer uma desgraça”.
Não é o conteúdo, é a falta de cumprimento da Constituição que é uma preocupação. 

António Filipe considera que “a revisão da Constituição não é uma prioridade, de maneira nenhuma”, porque, diz, “o problema da Constituição não é o que ela contém, é o grau de incumprimento daquilo que ela contém em muitos aspetos, sobretudo na área social”.
“Voto eletrónico é um perigo para a Democracia”

Ao podcast Política com Assinatura, António Filipe mostra-se contra o voto eletrónico. Considera que está entre as “soluções muito perigosas para a Democracia”.
"Não sou favorável à limitação de mandatos”

O candidato à Presidência da República discorda da limitação de mandatos no que diz respeito aos presidentes das câmaras municipais. Considera que é “uma limitação da vontade popular” e utilizada, erradamente, para combater a corrupção.

O combate à corrupção não deve ser feito por via de desconfiar de todos” e defende que a limitação de mandatos deve ser uma “exceção”.
5% do PIB para a Defesa: “Acho isso uma loucura”

Acho isso uma loucura, uma insanidade” - é desta forma que António Filipe caracteriza a decisão, aprovada pelos países da NATO, de investir cinco por cento do PIB em Defesa até 2035.

E não nos venham dizer que isso não conta nas contas públicas, no défice público. Não conta, mas tem que se pagar”, avisa.

António Filipe diz mesmo tratar-se de “uma engenharia contabilística”.
A decisão do Governo em reconhecer o Estado da Palestina agrada a António Filipe, mas o histórico comunista quer mais.

Nesta entrevista à Antena 1 defende que, depois do reconhecimento, o Governo deve adotar “medidas concretas”, inclusive rever a relação bilateral com Israel. “Creio que se justifica, sim”, adianta.
“Claro que recebia Zelensky em Belém”

Se o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, viesse a Portugal e António Filipe fosse presidente da República, “receberia com certeza”.

O histórico comunista defende que “Portugal não deve falar só com quem simpatiza politicamente” e defende que o Estado português não deve “alimentar o prosseguimento da guerra” entre a Rússia e a Ucrânia.
Entrevista conduzida pela editora de política da Antena 1, Natália Carvalho.
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