Política
Grande Entrevista. André Ventura quer ser o presidente dos "portugueses comuns"
O candidato presidencial André Ventura foi o convidado desta terça-feira na Grande Entrevista, da RTP. Ao jornalista Vítor Gonçalves, o líder do Chega frisou que "esta é uma candidatura de missão e não uma candidatura de vontade, de cargos". Revelou também que pretende dar prioridade aos "portugueses comuns" e não às "minorias ruidosas".
“Eu candidato-me sempre para vencer e acho que o Chega tem condições (…) de dar este abanão no sistema que nos parece importante nestas eleições presidenciais. Portanto candidatamo-nos para vencer”, começou por vincar.
André Ventura explicou que quer ser um “ator de transformação contra a corrupção, contra a imigração descontrolada no país, contra a bandalheira em que nos tornámos em várias matérias, até em termos económicos”.
Falando nos “estilos diferentes” que o país tem tido na Presidência da República, o líder do Chega considerou que nenhum dos presidentes depois do 25 de Abril foi “incrível”.
“Porém, de todos, o [melhor] modelo foi Ramalho Eanes, porque foi o único que teve a seriedade suficiente e tentou pôr o país na ordem”, que “é o que eu quero fazer também”, declarou.
“Porém, de todos, o [melhor] modelo foi Ramalho Eanes, porque foi o único que teve a seriedade suficiente e tentou pôr o país na ordem”, que “é o que eu quero fazer também”, declarou.
Reiterando que se candidatou com um sentido de missão e que teria apoiado Pedro Passos Coelho se este avançasse para a corrida, Ventura disse que “todos percebem, à direita, ao centro-direita e mesmo no centro democrático que Gouveia e Melo não podia ser o nosso candidato”.
“Pedro Passos Coelho cometeu erros, porém vejo nele a seriedade, os valores e sobretudo a capacidade que teve de se adaptar a este novo tempo, por exemplo em matéria de imigração”, frisou.
“Pedro Passos Coelho cometeu erros, porém vejo nele a seriedade, os valores e sobretudo a capacidade que teve de se adaptar a este novo tempo, por exemplo em matéria de imigração”, frisou.
"Portugueses comuns" à frente das "minorias ruidosas"
Na visão do candidato do Chega, o presidente deve ser um “filtro da República” e um “escrutinador da República”.
“O presidente da República, com a legitimidade que tem, não se pode tornar numa figura de corta-fitas. Tem de servir para alguma coisa. E isso é ser um barómetro e ser um filtro na luta contra a corrupção, por exemplo”, determinou.
Na visão do candidato do Chega, o presidente deve ser um “filtro da República” e um “escrutinador da República”.
“O presidente da República, com a legitimidade que tem, não se pode tornar numa figura de corta-fitas. Tem de servir para alguma coisa. E isso é ser um barómetro e ser um filtro na luta contra a corrupção, por exemplo”, determinou.
“Acho que nos estamos a tornar num país de corrupção endémica e eu quero acabar com isso”.
Questionado sobre se será presidente de todos os portugueses ou se fará distinção entre os “portugueses de bem” e os restantes, André Ventura respondeu que entende “a questão simbólica de unidade” mas que o país precisa de “um presidente que coloque os portugueses comuns à frente, e não as minorias ruidosas”.
“Com isto não estou a dizer que vou perseguir A, B ou C. Vou é dizer pela primeira vez aos portugueses comuns, aos que pagam impostos, que sustentam o país, que vão ter um Estado para eles também”, elucidou.
“Com isto não estou a dizer que vou perseguir A, B ou C. Vou é dizer pela primeira vez aos portugueses comuns, aos que pagam impostos, que sustentam o país, que vão ter um Estado para eles também”, elucidou.
“Não serei o presidente de todos no sentido em que não serei o presidente dos criminosos que vêm do Brasil para Portugal e ficam cá a viver”, continuou o candidato. "Também não serei o presidente daqueles que há anos, ou há séculos, estão neste país mas não conseguem pagar impostos, nem integrar-se, nem cumprir as nossas leis”.
Ventura acusa imigrantes de “usarem e abusarem”
Confrontado por Vítor Gonçalves com uma frase do papa Leão XIV em que o chefe da Igreja Católica defende que “os barcos que procuram avistar um porto seguro não podem e não devem encontrar a frieza ou o estigma da discriminação”, André Ventura recusou categoricamente o acolhimento de imigrantes ilegais.
“Uma coisa é os que avistam a costa europeia porque estão a ser perseguidos, porque estão a ser torturados por vários motivos religiosos, políticos”, afirmou. Outra, no seu entender, são “aqueles tipos que foram ter à costa do Algarve de barco (que) não estavam a ser perseguidos por ninguém”.
Recordado pelo jornalista que se trata de “pessoas” e “cidadãos”, Ventura rejeitou o uso do termo: “Não, não são cidadãos de Portugal, são cidadãos de um outro país qualquer que vieram ilegalmente para Portugal”, frisou.
“Nós quando temos uma casa temos portas, temos um portão, temos portas e janelas. Quando deixamos de ter portas, janelas, deixamos de ter uma casa, passamos a ser um terreno a céu aberto que todos podem usar e abusar”, afirmou André Ventura. “O Serviço Nacional de Saúde não é para usar e abusar. (…) As casas que cá temos não são para usar e abusar. A nossa Segurança Social não é para usar e abusar de quem nunca descontou em Portugal”.
Confrontado por Vítor Gonçalves com uma frase do papa Leão XIV em que o chefe da Igreja Católica defende que “os barcos que procuram avistar um porto seguro não podem e não devem encontrar a frieza ou o estigma da discriminação”, André Ventura recusou categoricamente o acolhimento de imigrantes ilegais.
“Uma coisa é os que avistam a costa europeia porque estão a ser perseguidos, porque estão a ser torturados por vários motivos religiosos, políticos”, afirmou. Outra, no seu entender, são “aqueles tipos que foram ter à costa do Algarve de barco (que) não estavam a ser perseguidos por ninguém”.
Recordado pelo jornalista que se trata de “pessoas” e “cidadãos”, Ventura rejeitou o uso do termo: “Não, não são cidadãos de Portugal, são cidadãos de um outro país qualquer que vieram ilegalmente para Portugal”, frisou.
“Nós quando temos uma casa temos portas, temos um portão, temos portas e janelas. Quando deixamos de ter portas, janelas, deixamos de ter uma casa, passamos a ser um terreno a céu aberto que todos podem usar e abusar”, afirmou André Ventura. “O Serviço Nacional de Saúde não é para usar e abusar. (…) As casas que cá temos não são para usar e abusar. A nossa Segurança Social não é para usar e abusar de quem nunca descontou em Portugal”.
O líder do Chega deixou ainda uma mensagem a todos os defensores do acolhimento de imigrantes: “Metem-nos nas vossas casas”.
“Porque o país não pode aguentar mais estar só a receber pessoas que nunca descontaram e os nossos cá, os nossos idosos, a nossa classe média não tem acesso nem à habitação, nem a saúde, nem a segurança nem a nada”, argumentou.
Questionado sobre se acha que vale tudo para ser mais falado, André Ventura acusou o jornalista de ser tendencioso ao colocar a pergunta e respondeu: “Uma coisa é ser educado, outra é ser a conversa morna e frouxa que vocês sempre se habituaram em 50 anos”.
O líder do Chega acusou a RTP de ser tendenciosa e de dar um tratamento preferencial ao Partido Socialista (PS): “Isto está tudo minado”, afirmou André Ventura.
“Quando é uma coisa do Chega é destruir até mais não poder, atacar o André Ventura até mais não poder, destruí-lo ao máximo. Agora um deputado socialista é preso por roubar menores na via pública e a RTP fica em silêncio sobre isto”.
“Quando é uma coisa do Chega é destruir até mais não poder, atacar o André Ventura até mais não poder, destruí-lo ao máximo. Agora um deputado socialista é preso por roubar menores na via pública e a RTP fica em silêncio sobre isto”.
"É mau serviço público, é mau serviço público. É enviesado. Este é o exemplo de domínio de 50 anos da narrativa da comunicação social", insistiu.
“Podíamos ser uma Califórnia da Europa”
Sobre os últimos 50 anos de democracia, André Ventura reconheceu que existiram progressos, mas que “a democracia e este regime serviram para encher os bolsos a muita gente”.
“Em 50 anos nós tivemos uma corrupção espalhada por todo o lado, que enriqueceu uma casta de pessoas que se sucedem nos cargos políticos ou são família uns dos outros”, afirmou.
Para o candidato, “o país melhorou em muitas coisas, evidentemente”, mas “é ingénuo comparar o país dos anos 2020 com o país dos anos 1960”.
“Podíamos ser uma Califórnia da Europa, podíamos ser uma Suíça, mas não somos porque houve gamanço e corrupção em todo o lado”, disse.
Sobre os últimos 50 anos de democracia, André Ventura reconheceu que existiram progressos, mas que “a democracia e este regime serviram para encher os bolsos a muita gente”.
“Em 50 anos nós tivemos uma corrupção espalhada por todo o lado, que enriqueceu uma casta de pessoas que se sucedem nos cargos políticos ou são família uns dos outros”, afirmou.
Para o candidato, “o país melhorou em muitas coisas, evidentemente”, mas “é ingénuo comparar o país dos anos 2020 com o país dos anos 1960”.
“Podíamos ser uma Califórnia da Europa, podíamos ser uma Suíça, mas não somos porque houve gamanço e corrupção em todo o lado”, disse.
"O lugar de quem roubou é na prisão"
Questionado sobre se as suas recentes declarações de apelo à prisão do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, não colocam em perigo a separação poderes, o candidato presidencial rejeitou ser contra o Estado de direito e assumiu a vontade de fazer justiça em Portugal.
“Eu também acho que José Sócrates devia estar na cadeia, e também acho que Lula da Silva devia estar na cadeia”, afirmou. “Basta conhecer um bocadinho da realidade espanhola para perceber o bordel de corrupção em que o governo de Espanha se tornou”, argumentou.
“Eu também acho que José Sócrates devia estar na cadeia, e também acho que Lula da Silva devia estar na cadeia”, afirmou. “Basta conhecer um bocadinho da realidade espanhola para perceber o bordel de corrupção em que o governo de Espanha se tornou”, argumentou.
"Eu não sou contra o Estado de direito, eu vou fazer é que o Estado de direito funcione de uma vez e que quem roubou o país seja posto onde deve que é na prisão".