Política
Grande Entrevista. Jorge Pinto disponível para desistir em nome de candidatura à esquerda mais bem colocada
Jorge Pinto, candidato presidencial apoiado pelo Livre, admitiu na Grande Entrevista da RTP desistir em prol de uma candidatura de esquerda, desde que os adversários "assumam o mesmo" caso seja ele o "mais bem colocado" na primeira volta das eleições.
O candidato presidencial apoiado pelo Livre foi o convidado desta quarta-feira na Grande Entrevista da RTP. Ao jornalista Vítor Gonçalves, Jorge Pinto alertou que os ideais da República estão neste momento sob ataque e explicou que, por isso mesmo, "não podia ter virado as costas a este desafio".
“Acho que estes ideais estão sob ataque, acho que estamos num momento decisivo, um momento de charneira muito importante do futuro do nosso país e da nossa República. É precisamente por isso que dou este passo em frente”, explicou. “Não podia ter virado as costas a este desafio”, vincou o candidato.
Questionado sobre um défice de notoriedade na sua candidatura, Jorge Pinto considerou que essa fragilidade é “uma força”, já que “as pessoas estão fartas de conhecer os outros candidatos, mas esse conhecimento não quer dizer que adiram às suas ideias”.
“Aquilo que venho fazer com a minha candidatura é ser menos do mesmo”, elucidou. “Menos do mesmo daquilo que tem sido a política portuguesa”.
“Aquilo que venho fazer com a minha candidatura é ser menos do mesmo”, elucidou. “Menos do mesmo daquilo que tem sido a política portuguesa”.
O deputado do Livre explicou ainda que decidiu candidatar-se porque não houve um candidato único à esquerda. “Eu esperei até à última hora que essa candidatura surgisse”, assegurou.
“Há um espaço ideológico que estava ainda por ser ocupado nesta eleição. Há o espaço desta esquerda moderada, europeísta, globalista mas também regionalista que estava por ser ocupado, e eu venho ocupar esse espaço”.
Jorge Pinto disse ter “perfeita noção” de que possui “menos notoriedade do que os outros concorrentes”, mas acredita que isso vai obrigá-lo “a estar mais no terreno, a estar mais junto dos nossos concidadãos”.
“Há um espaço ideológico que estava ainda por ser ocupado nesta eleição. Há o espaço desta esquerda moderada, europeísta, globalista mas também regionalista que estava por ser ocupado, e eu venho ocupar esse espaço”.
Jorge Pinto disse ter “perfeita noção” de que possui “menos notoriedade do que os outros concorrentes”, mas acredita que isso vai obrigá-lo “a estar mais no terreno, a estar mais junto dos nossos concidadãos”.
Eleitores do Chega “estão desesperados”
Alertando para aqueles que considera ataques à Constituição, o candidato fez referência a André Ventura. “Nós temos um candidato presidencial que disse (…) que quer acabar com a República tal como ela existe. Ser mais claro do que isto é impossível”, afirmou.
Referindo-se aos eleitores do Chega, Jorge Pinto vincou que estes estão “desesperados porque perderam a esperança” e realçou que “esse desespero leva-os a querer apoiar estas propostas autoritárias e anti-republicanas de outras candidaturas”.
“A essas pessoas eu digo: há esperança, há otimismo”, garantiu.
Alertando para aqueles que considera ataques à Constituição, o candidato fez referência a André Ventura. “Nós temos um candidato presidencial que disse (…) que quer acabar com a República tal como ela existe. Ser mais claro do que isto é impossível”, afirmou.
Referindo-se aos eleitores do Chega, Jorge Pinto vincou que estes estão “desesperados porque perderam a esperança” e realçou que “esse desespero leva-os a querer apoiar estas propostas autoritárias e anti-republicanas de outras candidaturas”.
“A essas pessoas eu digo: há esperança, há otimismo”, garantiu.
O candidato presidencial assegurou ainda que “uma alteração drástica da Constituição feita apenas entre a direita e a extrema-direita sem que os portugueses tenham sido tidos ou achados sobre a mesma não vai acontecer”.
“Acabar com o genocídio em Gaza”
No seu discurso de candidatura a Belém, Jorge Pinto defendeu o fim do genocídio em Gaza e o julgamento de todos os responsáveis pelo genocídio no Tribunal Penal Internacional (TPI).
Questionado sobre se não considerava ingénuo pensar que a sua declaração possa ter resultados práticos, Jorge Pinto afirmou que não porque acredita no Direito Internacional e na função do Tribunal Penal Internacional.
“Não é de todo ingénuo”, afirmou. “Eu acredito no Direito Internacional, eu acredito na função do Tribunal Penal Internacional e eu acredito que defender o Direito Internacional neste momento passa muito por acabar com esse genocídio em Gaza” e outros conflitos, nomeadamente na Ucrânia e no Sudão.
O candidato apoiado pelo Livre sublinhou que “é importante, é essencial que aqueles que são responsáveis por tudo isso que está a acontecer possam ser julgados no Tribunal Penal Internacional”.
De acordo com Jorge Pinto, o presidente da República pode influenciar a posição e a tomada de decisão de um primeiro-ministro e do ministro dos Negócios Estrangeiros, por exemplo.
“Acabar com o genocídio em Gaza”
No seu discurso de candidatura a Belém, Jorge Pinto defendeu o fim do genocídio em Gaza e o julgamento de todos os responsáveis pelo genocídio no Tribunal Penal Internacional (TPI).
Questionado sobre se não considerava ingénuo pensar que a sua declaração possa ter resultados práticos, Jorge Pinto afirmou que não porque acredita no Direito Internacional e na função do Tribunal Penal Internacional.
“Não é de todo ingénuo”, afirmou. “Eu acredito no Direito Internacional, eu acredito na função do Tribunal Penal Internacional e eu acredito que defender o Direito Internacional neste momento passa muito por acabar com esse genocídio em Gaza” e outros conflitos, nomeadamente na Ucrânia e no Sudão.
O candidato apoiado pelo Livre sublinhou que “é importante, é essencial que aqueles que são responsáveis por tudo isso que está a acontecer possam ser julgados no Tribunal Penal Internacional”.
De acordo com Jorge Pinto, o presidente da República pode influenciar a posição e a tomada de decisão de um primeiro-ministro e do ministro dos Negócios Estrangeiros, por exemplo.
“Acho que é também uma função do presidente da República, pode ter uma influência quando se sabe que o chefe de Estado de um país europeu tem uma posição clara no que diz respeito e à defesa do Direito Internacional seja quem for o opressor, seja o Nicolás Maduro, seja Benjamin Netanyahu”, afirmou.
Jorge Pinto aponta fenómeno Mamdani
Questionado sobre se admitia desistir da sua candidatura em prol de levar a esquerda à segunda volta, Jorge Pinto considerou que “ainda estamos muito longe desse momento”, mas deixou aberta a porta a essa possibilidade caso haja um alinhamento com o “Pacto Republicano” e sejam respeitadas as condições que apresentou.
“A acontecer isso, é com condições”, disse. A primeira, “que essa congregação de forças seja efetivamente numa candidatura de esquerda”, e a segunda que “outros candidatos assumam o mesmo” caso seja Jorge Pinto “o candidato mais bem colocado”.
“Eu não quero soar arrogante, mas vejamos o que aconteceu ontem em Nova Iorque: um candidato que há meses tinha um por cento nas sondagens ganhou com mais de 50 por cento a Câmara de Nova Iorque”, observou o candidato à presidência da República.
“Eu venho para esta eleição com muita vontade. Eu arrisco-me a dizer que sou se calhar o candidato com mais energia e com mais vontade de ganhar esta eleição”, afirmou Jorge Pinto. “Eu sei que posso ser um presidente da República à altura do momento histórico que nós estamos a viver”, acrescentou.
Questionado sobre se admitia desistir da sua candidatura em prol de levar a esquerda à segunda volta, Jorge Pinto considerou que “ainda estamos muito longe desse momento”, mas deixou aberta a porta a essa possibilidade caso haja um alinhamento com o “Pacto Republicano” e sejam respeitadas as condições que apresentou.
“A acontecer isso, é com condições”, disse. A primeira, “que essa congregação de forças seja efetivamente numa candidatura de esquerda”, e a segunda que “outros candidatos assumam o mesmo” caso seja Jorge Pinto “o candidato mais bem colocado”.
“Eu não quero soar arrogante, mas vejamos o que aconteceu ontem em Nova Iorque: um candidato que há meses tinha um por cento nas sondagens ganhou com mais de 50 por cento a Câmara de Nova Iorque”, observou o candidato à presidência da República.
“Eu venho para esta eleição com muita vontade. Eu arrisco-me a dizer que sou se calhar o candidato com mais energia e com mais vontade de ganhar esta eleição”, afirmou Jorge Pinto. “Eu sei que posso ser um presidente da República à altura do momento histórico que nós estamos a viver”, acrescentou.
“Eu sou um retrato da minha geração”
O deputado e cofundador do Livre, antigo militante do Partido Socialista, explicou a sua trajetória política e a identificação que continua a ter com os ideais do socialismo e do “meio da esquerda”, precisando a razão para se ter desfiliado do PS em 2013 e ter fundado o Livre.
“Acho que o PS está a perder a ligação ao terreno, está a perder a ligação à população”, escreveu na sua carta de desfiliação enviada ao PS. “Tudo coisas que continuam a ser reais hoje em dia”, considerou.
“Havia um espaço ideológico que eu achava que não estava ocupado em Portugal, o da ecologia, o do europeísmo, da visão em paralelo regionalista como globalista, que eu acho que o Livre ocupa, foi por isso que com muito prazer, muito orgulho fui um dos cofundadores do partido”, argumentou.
Após apresentar a sua experiência profissional no estrangeiro, nomeadamente como funcionário europeu, o candidato presidencial assumiu-se como um retrato da sua geração.
“Voltei com um certo espírito de missão”, afirmou Jorge Pinto. “Eu acredito que posso fazer de Portugal o país que ele pode ser, um país onde valha a pena viver, onde todos têm lugar”, defendeu.
O deputado e cofundador do Livre, antigo militante do Partido Socialista, explicou a sua trajetória política e a identificação que continua a ter com os ideais do socialismo e do “meio da esquerda”, precisando a razão para se ter desfiliado do PS em 2013 e ter fundado o Livre.
“Acho que o PS está a perder a ligação ao terreno, está a perder a ligação à população”, escreveu na sua carta de desfiliação enviada ao PS. “Tudo coisas que continuam a ser reais hoje em dia”, considerou.
“Havia um espaço ideológico que eu achava que não estava ocupado em Portugal, o da ecologia, o do europeísmo, da visão em paralelo regionalista como globalista, que eu acho que o Livre ocupa, foi por isso que com muito prazer, muito orgulho fui um dos cofundadores do partido”, argumentou.
Após apresentar a sua experiência profissional no estrangeiro, nomeadamente como funcionário europeu, o candidato presidencial assumiu-se como um retrato da sua geração.
“Voltei com um certo espírito de missão”, afirmou Jorge Pinto. “Eu acredito que posso fazer de Portugal o país que ele pode ser, um país onde valha a pena viver, onde todos têm lugar”, defendeu.
"Extrema-direitização do algoritmo"
O candidato à Presidência da República, de 38 anos, destacou a sua experiência profissional no estrangeiro, não só como defensor do projeto europeu mas também de associativismo com a diáspora portuguesa.
“Não quero que a minha idade seja uma distração", afirmou Jorge Pinto, apelando a que se olhe "para aquilo que eu fiz até agora”.
O candidato à Presidência da República, de 38 anos, destacou a sua experiência profissional no estrangeiro, não só como defensor do projeto europeu mas também de associativismo com a diáspora portuguesa.
“Não quero que a minha idade seja uma distração", afirmou Jorge Pinto, apelando a que se olhe "para aquilo que eu fiz até agora”.
Questionado sobre a tendência de queda da esquerda e da tendência de voto dos jovens nos partidos mais à direita, Jorge Pinto apontou a “concorrência desleal no que diz respeito ao mundo tecnológico” que defendeu que “tem de ser regulada a nível europeu”. Mas também apontou culpas à própria esquerda.
“Há uma extrema-direitização do algoritmo”, afirmou Jorge Pinto. “Há uma influência desmensurada da extrema-direita”, insistiu, dando o seu próprio exemplo. “Eu é raríssimo ver conteúdo da extrema-direita, mas eu abro qualquer rede social e imediatamente me aparece algum vídeo da extrema-direita”.
“Há uma extrema-direitização do algoritmo”, afirmou Jorge Pinto. “Há uma influência desmensurada da extrema-direita”, insistiu, dando o seu próprio exemplo. “Eu é raríssimo ver conteúdo da extrema-direita, mas eu abro qualquer rede social e imediatamente me aparece algum vídeo da extrema-direita”.
O deputado do Livre responsabiliza a esquerda por ainda não ter feito o seu “mea culpa”, nomeadamente por ter abandonado a ideia de liberdade que considerou ser “absolutamente fundamental”.
“Os portugueses têm o direito a ser livres, mas a ser livres plenamente”, afirmou Jorge Pinto. Para o candidato presidencial, a plenitude de liberdade “passa por terem casas que possam pagar, terem uma educação de qualidade que garanta que o elevador social funciona mesmo (…) ter um Serviço Nacional de Saúde que não lhes falha. É isto que os portugueses precisam, necessitam e merecem”.
De acordo com Jorge Pinto, a esquerda tem de recuperar a liberdade, a ideia de otimismo, e até mesmo de recuperar “esta energia de dizer que nós tempo de dar a volta a isto”.
“Os portugueses têm o direito a ser livres, mas a ser livres plenamente”, afirmou Jorge Pinto. Para o candidato presidencial, a plenitude de liberdade “passa por terem casas que possam pagar, terem uma educação de qualidade que garanta que o elevador social funciona mesmo (…) ter um Serviço Nacional de Saúde que não lhes falha. É isto que os portugueses precisam, necessitam e merecem”.
De acordo com Jorge Pinto, a esquerda tem de recuperar a liberdade, a ideia de otimismo, e até mesmo de recuperar “esta energia de dizer que nós tempo de dar a volta a isto”.
E foi, com otimismo, garra, e vontade que Jorge Pinto disse apresentar-se nesta corrida a Belém. “Acredito e acredito mesmo que posso ser vencedor nesta eleição”, concluiu.