Grândola: Infraestruturas não acompanham crescimento imobiliário. A falta de água paira no concelho

Grândola é um concelho com duas realidades distintas: o litoral com grande pressão imobiliária, procurado por milionários estrangeiros e um interior mais rural e dedicado à agricultura e floresta.

Paula Véran e Marta Pacheco /

Fotos: Paula Véran e Marta Pacheco

Com a construção intensa ao longo da costa, cerca de 45 quilómetros entre Tróia e Melides, a cobrança de impostos por parte da autarquia, fez com que a Câmara seja uma das mais ricas do país, segundo os Censos 2021.

Mas no centro da vila as pessoas queixam-se dos altos preços da habitação, da falta de creches, de mais transportes públicos.

Grândola cresceu muito em construção imobiliária, mas faltam as infraestruturas como uma boa rede de esgotos e saneamento, hospital e serviços de saude, escolas e mais e melhores transportes publicos.

Agricultores, habitantes e investidores, todos estão preocupados com o problema da água. É um concelho onde a escassez de água é uma realidade e com tendência a piorar.

Para não correr os riscos de outras localidades no país e no mundo, Grandola procura soluções para um melhor e sustentavel uso de agua para que não se percam investimentos e um eventual abandono da região.

Esse é um dos alertas lançado pelo Presidente da Associação dos Agricultores de Grândola, Luís Dias, agricultor e também membro da Associação Proteger Grândola, fala na necessidade de ter uma boa gestão da água, um bem escasso na região.
Mais a sul, já na freguesia de Melides encontramos a Associação Intertidal, criada por nomes como a condessa Noemi Marone Cinzano e o designer francês Christian Louboutin. Investidores que se uniram para proteger, conservar e defender a zona que se tem desenvolvido nos últimos anos.

Um dos projetos é o do "arroz sustentável" onde a utilização da água é feita com o menor desperdício possível. Aliás também aqui em Melides a gestão da água é uma das maiores preocupações, revela Miguel Vieira membro da associação Intertidal e consultor de projetos de conservaçao da natureza.
Na defesa de um turismo sustentável e com a preservação ambiental como meta, o Movimento Reabrir a Galé, defende o regresso do parque de campismo da Galé que fechou em 2021. Os terrenos foram comprados por privados que nesta altura constroem um empreendimento de grandes dimensões, o Costa Terra.

Daniela Almeida, porta voz do Movimento traz uma carta aberta com alternativas a esta "ocupação" imobiliária.
Grândola à procura do equilibrio entre a natureza no seu estado mais puro e o desenvolvimento sustentável.
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