Gregos com mais de quatro filhos deixam de pagar impostos

Esta é uma das várias medidas que o governo da Grécia quer implementar para incentivar a natalidade no país. A taxa de fertilidade na Grécia é de 1,4 filhos por mulher, semelhante à de Portugal, muito abaixo da taxa de reposição de 2,1.

Cristina Santos - RTP /
NurPhoto via AFP

O líder do governo grego considera estes valores como uma "ameaça nacional" e, por isso, sublinha a importância das medidas da reforma fiscal no país.

Kyriakos Mitsotakis anunciou esta segunda-feira, uma reforma fiscal que inclui uma redução de impostos estimada em 1,6 mil milhões de euros. As medidas começam a ser aplicadas a partir de 2026, incluem também uma redução de dois pontos em todos os escalões do imposto sobre o rendimento. 

De acordo com o líder do governo grego, esta é a reforma fiscal mais ambiciosa implementada no país na última metade do século. 
Estão também previstas deduções fiscais para residentes em zonas rurais e fundos para povoações com menos de 1.500 habitantes.
As zonas mais inacessíveis vão estar isentas do imposto sobre bens imóveis

Outra medida com que Atenas espera incentivar os jovens a mudarem-se para esses locais, onde a habitação é muito mais acessível.

No entanto, a medida que está a chamar mais a atenção é a que isenta de pagar impostos as famílias com mais de quatro filhos e baixos rendimentos. "Sabemos que o custo de vida é diferente quando se tem um, dois ou três filhos, por isso o Estado deve procurar uma forma de recompensar os nossos cidadãos que optaram" por ter mais filhos, defende o primeiro-ministro grego.

A Grécia tem cerca de 10,2 milhões de habitantes, mas, a manter-se esta taxa de natalidade, espera-se que sejam oito milhões em 2050

As estimativas do Eurostat indicam que em 2050  36 por cento da população terá mais de 65 anosA taxa de fertilidade na Grécia caiu para metade desde o início da crise económica, há 15 anos.
O ministro das Finanças destaca, por isso, que a reforma fiscal grega “dá grande ênfase a este problema. Como responsável pela equipa económica, diria que a máxima prioridade é a questão demográfica".

Nos últimos 15 anos, mais de 500 mil gregos deixaram o país, os mais jovens foram dos mais afetados pelos cortes a que a Troika obrigou o país e isso também explica a queda da natalidade, apontam alguns analistas.


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