Política
Eleições Legislativas 2025
"Há um ambiente de grande choque no PS", diz Silva Pereira
Na véspera de o PS reunir a Comissão Nacional para lançar as bases da sucessão de Pedro Nuno Santos, o ex-ministro Pedro Silva Pereira defende, em declarações à Antena 1, que uma mudança relativamente rápida de liderança pode ajudar o partido a preparar o próximo desafio eleitoral.
Foto: RTP (arquivo)
Para o antigo vice-presidente do Parlamento Europeu, uma substituição mais célere de Pedro Nuno Santos poderia servir para "dar um sentido de serenidade e de orientação" ao PS para campanha importante como as eleições autárquicas, que, acredita, podem até resultar numa vitória para os socialistas: "Tem todas as condições para ganhar".
Pedro Silva Pereira entende ainda que, mais do que calendarizar o processo, a reunião da Comissão Nacional - o órgão máximo entre congressos - deve começar a definir o tom do partido na oposição ao Governo de Luís Montenegro.
"Vai ser uma oportunidade para começar a definir o registo da oposição que deve fazer. Certamente que o momento fundador da legislatura - com o debate parlamentar do Programa de Governo - vai acontecer antes da definição da liderança do PS, seja qual for a decisão da Comissão Nacional", lembra Pedro Silva Pereira, que aponta: "Há um consenso cada vez mais alargado no PS de que deve viabilizar o Programa do Governo em homenagem aos resultados eleitorais e àquela que é a expectativa do país em razão desses resultados".
Silva Pereira defende oposição "responsável e construtiva", mas "firme"
Em declarações à Antena 1, o ex-eurodeputado socialista argumenta que a posição manifestada por Pedro Nuno Santos na noite eleitoral - em que o ainda líder defendeu que o PS não deve ser "suporte" de um Governo da AD - não condiciona os socialistas. E assinala que o partido deve respeitar os resultados, mas avançar com uma oposição que "denuncie" as propostas da coligação PSD/CDS-PP.
"É muito importante que o Partido Socialista encontre um caminho em que a condição de uma oposição responsável e construtiva não o impeça de liderar a oposição e, portanto, de fazer uma oposição firme ao Governo. Eu penso que esse caminho também começará a ser discutido na Comissão Nacional", salienta. Quanto à corrida à liderança e substituição de Pedro Nuno Santos - e numa altura em que é praticamente certo que José Luís Carneiro irá sozinho a votos ou que não terá um nome de peso como adversário -, Pedro Silva Pereira prefere não falar em nomes e afirma que não será difícil encontrar um secretário-geral capaz de dar conta do recado.
"Eu penso que o que é importante é que quem se apresente como candidato à liderança do PS o faça por convicção. Foi também o sentimento que Ferro Rodrigues expressou bem recentemente. E é também o meu sentimento (...) Eu não tenho nenhuma preferência em abstrato, acho que o PS tem, entre os nomes que têm vindo a ser referidos nos últimos dias, soluções que deixam o partido certamente entregue em boas mãos", conclui. A Comissão Nacional do PS que vai servir para aprovar o calendário eleitoral interno dos socialistas foi convocada para sábado, em Lisboa.