Habitação. IL com "enormes dúvidas" questiona ministro

Por considerar que o Governo está a "pedir um cheque em branco", a Iniciativa Liberal (IL) antecipa-se ao debate na Assembleia da República e enviou mais de uma centena de questões ao ministro das Infraestruturas e Habitação sobre os dois diplomas anunciados pelo executivo para combater a crise na habitação.

Teresa Borges - Antena 1 /
Foto: António Antunes - RTP

Em declarações à Antena 1, a deputada liberal, Angélique da Teresa, considera que as propostas que já deram entrada no Parlamento, e que serão discutidas no início de janeiro, levantam dúvidas.

"O que fizemos foi colocar logo de forma muito aberta estas dúvidas ao ministro que, certamente, terá que responder, se quer que a AR faça esta discussão também de forma clara", explica à Antena 1, "Porque se não aquilo que o Governo está a fazer é pedir um cheque em branco para fazer alguma coisa na área da habitação, que ninguém percebe muito bem o que é que está ali plasmado. Não funciona desta maneira".

A IL fala em medidas que causam "enormes dúvidas" e critica a "criação de camadas de burocracia" e "prazos limitativos no tempo, num mercado que precisa de estabilidade". "Estes investimentos na área da habitação não podem ter um prazo temporal de 3 anos. As pessoas têm que saber com o que contam", lamenta Angélique da Teresa. "Este tem sido um dos principais problemas que toda a gente critica, a falta de estabilidade, não só na área fiscal como na área legislativa, em que as pessoas não sabem muito bem o que é que vão contar", acrescenta.

No total de 111 perguntas dirigidas ao ministro das Infraestruturas e Habitação, os liberais questionam o Governo sobre as duas propostas de lei que deram entrada no Parlamento e que serão debatidas num plenário agendado para 9 de janeiro. Ouvida pela Antena 1 , a deputada da IL admite que há medidas que podem ter um "efeito perverso de não aumento da oferta na área da habitação" e até trazer instabilidade para os municípios.

"Não sabemos como é que os municípios vão aceitar esta nova descentralização na área da habitação. Aquilo que nós temos visto até agora é que há inúmeros municípios que não querem aceitar, porque não sabem como é que isto vai ser feito", refere a liberal.

No início de janeiro os deputados discutem na Assembleia da República, por iniciativa do Governo, medidas de desagravamento fiscal na oferta de habitação e de alteração ao Regime Jurídico da
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