IL pede Governo com "coragem" para avançar com reformas estruturais, promete "oposição forte mas construtiva"

Na estreia em 'rentrées', a nova líder da Iniciativa Liberal (IL), Mariana Leitão, vai a Albufeira pedir ao Governo "coragem" para avançar com reformas estruturais, insistindo que o país não pode estar dependente de "remendos". Pelo quinto ano consecutivo, a IL dá o pontapé de saída para o ano político no Algarve, com mais uma edição do "A'gosto da Liberdade". Em declarações à Antena 1, Ricardo Pais Oliveira, vice-presidente dos liberais, adianta que as críticas ao executivo vão marcar o discurso de Mariana Leitão, com a situação dos incêndios ainda bem presente na memória.

Teresa Borges - Antena 1 /
Foto: António Pedro Santos - Lusa

A IL propôs este ano a criação de um Código Florestal Simplificado, que seria uma reforma muito importante para a organização da floresta. Propôs também a reforma da Agência Portuguesa do Ambiente e do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. São institutos que têm redundâncias e deviam ser alvo de uma reforma profunda. Isso foi chumbado pelo PSD", afirma Ricardo Pais Oliveira, frisando que, no que diz respeito aos incêndios, o Governo tem de ter "mais coragem para mudar as coisas, em vez de chorar sobre o leite derramado".


Outro alvo das críticas da presidente da IL será a proposta de lei do executivo, aprovada este ano no Parlamento, e que reforça competências da Polícia Judiciária (PJ) para combater terrorismo online. "PSD e o Chega viabilizaram uma lei que permite à polícia censurar conteúdos online sem ter necessidade de passar por um juiz, é absolutamente inaceitável", atira o dirigente liberal, que alerta para os riscos de uma "limitação forte da liberdade de expressão, ou até da liberdade jornalística".


A "liberalização do mercado de arrendamento" será outro tópico abordado na rentrée, adianta Ricardo Pais Oliveira, que, em declarações à Antena 1, defende que não é possível "baixar o preço das casas disponíveis no mercado para arrendar se o mercado continuar tão rígido".

Por último, a líder da IL irá insistir numa bandeira antiga. "Continuamos a bater na reforma do Estado. O número de funcionários públicos está no máximo de sempre, o que significa que o PSD continua a governar como o PS governava. Sempre a crescer, sempre a aumentar o Estado", afirma Ricardo Pais Oliveira, acusando o Governo de aplicar "medidas de cosmética" ao fundir institutos, mas "sem ganhos de eficiência".

São prioridades para o novo ano político dos liberais e que se irão concretizar em propostas, já com vista às negociações do Orçamento do Estado para o próximo ano. Ricardo Pais Oliveira promete uma "oposição construtiva, mas forte" ao Governo, recusando uma aproximação à coligação PSD/CDS e prometendo uma "afirmação corajosa" da IL que se fará sentir já na rentrée.


No regresso à atividade política, depois das férias de verão, a IL diz ser "o verdadeiro partido reformista" no país e exige que "mais do que pequenos remendos ou soluções" se apresentem "reformas estruturais".

O partido vai doar o dinheiro das inscrições no evento às vítimas do incêndio de Arganil, que provocou a maior área ardida de sempre em Portugal.
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