Inês Sousa Real quer criar conselho consultivo e ouve críticas de falta de apoio a estruturas locais

A candidata à liderança do PAN destacou, da sua moção global estratégica, a criação de um conselho consultivo e, apesar da ausência da lista opositora, ouviu críticas por falta de apoio às candidaturas autárquicas.

Lusa /
Foto: Paulo Novais - Lusa

Este sábado, no período de apresentação das moções globais de estratégia das listas candidatas à direção da Comissão Política, a atual porta-voz Inês de Sousa Real, que se candidata pela lista B, disse que o seu projeto político traz uma "perspetiva globalizante da defesa do ambiente, que está relacionada necessariamente como o bem-estar das pessoas".

"Enquanto temos um Governo que tem marcado o passo naquilo que diz respeito a estas temáticas, e que tem recuado até em matérias tão fundamentais como é o caso, por exemplo, da proteção animal, é fundamental que um partido como o PAN tenha na sua moção global de estratégia uma visão que procure não só sensibilizar e educar, de alguma forma ter um efeito de contágio", defendeu

Inês de Sousa Real destacou a criação de um "conselho consultivo", prevista na proposta de alteração aos estatutos, para que a discussão e auscultação interna, bem como a transmissão de conhecimento de especialistas externos, "sejam chave mestra na atuação política" do PAN.

"Bem sei que hoje os tempos são de rendição, de alguma forma, aos populismos, há uma cedência fácil ao populismo, mas nós, que somos pessoas que defendem o populismo do bem, o populismo das causas, queremos garantir que há, de facto, uma informação também técnica que sustente aquilo que é a nossa atuação", explicou aos delegados.

Também sobre o conselho consultivo, a líder do PAN explicou que este organismo permitirá ter uma auscultação mais permanente dos autarcas por parte da direção nacional e contará ainda com o contributo dos fundadores do partido.

A moção, disse Sousa Real, aposta ainda na formação de quadros a nível local, através de uma "academia de formação" para os autarcas do parido, e nos jovens, com o estabelecimento de núcleos distritais e concelhios da Juventude PAN.

A lista A (moção "Transformar para crescer", liderada por Carolina Pia) foi chamada a intervir, mas, como já tinha sido anunciado, não marcou presença em protesto por considerar não estarem asseguradas as "garantias democráticas" para a realização dos trabalhos.

Apesar da ausência, a lista e Carolina Pia foi referida em quase todas as intervenções dos delegados, que criticaram a oposição por escolher não comparecer, acusando-a de imaturidade, falta de respeito pelo PAN e um comportamento "deplorável".

Mesmo sem lista opositora no Congresso, a direção ouviu críticas pela voz do delegado José Carvalho, que se confessou "desapoiado" pela estrutura nacional do partido nas últimas eleições autárquicas e disse não se sentir ouvido, lamentando não se tenham concretizado, até agora, grupos de trabalho interno de discussão.

O último cabeça de lista do PAN nas Europeias, Pedro Fidalgo Marques, considerou que as "causas não perdoarão" se forem "sacrificadas nas guerras internas" e defendeu que o partido "só cresce se voltar a ser útil" para quem vive com dificuldades, pedindo "menos trincheiras, mais estratégia, menos passado e mais futuro".

Os trabalhos do Congresso começaram pouco antes das 11:00, com a aprovação por unanimidade do Regulamento e a eleição da mesa do Congresso, presidida por João Fontes da Costa e com as secretárias Alexandra Reis Moreira e Sandra Pimenta.

Seguiu-se, na abertura dos trabalhos, a intervenção de João Fontes da Costa, na qualidade de porta-voz de Coimbra, que considerou o Congresso um "ponto de viragem".

Falou também a presidente da Câmara de Coimbra, Ana Abrunhosa, eleita pela coligação PS/Livre/PAN, que sublinhou que governar bem a autarquia é "saber articular desenvolvimento com sustentabilidade" e lamentou os "custos ambientais sérios" do `metrobus` na cidade, implementado pelo executivo que a antecedeu, mas disse que não travará a obra.

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