João Costa e a auditoria dos alunos sem aulas. "À porta de eleições, provavelmente adia-se o escrutínio"
Foto: João Marques - RTP
O ex-ministro da Educação critica a demora em anunciar o número de alunos sem aulas e diz que seria importante ter essa informação nesta altura de campanha eleitoral.
Na terça-feira, em declarações à TSF, o atual ministro Fernando Alexandre dizia que "não sabemos se vamos ficar a saber" esses números, num sistema de informação ainda com "muitas debilidades".
Depois de desmentir os números que o próprio apontou em novembro, que davam uma redução drástica dos alunos sem professores em pelo menos uma disciplina, o responsável pela Educação pediu uma auditoria no ano passado, que foi apontada inicialmente para estar pronta em março.
Ouvido esta manhã pela Antena 1, João Costa argumenta: "Quando esses números foram questionados, tirou-se da cartola uma auditoria para empatar ali algum tempo e não se falar do assunto".
Passados vários meses, o antigo governante acredita que esses números só vão ser conhecidos depois das eleições.
"Agora estamos à porta de eleições, provavelmente também está-se a adiar o escrutínio, de um tema que é um tema muito difícil", afirma.
Após as declarações à TSF, o Ministério da Educação viria a assumir à Antena 1 que já recebeu a primeira parte do relatório, mas pediu mais esclarecimentos à auditora, levando a que as conclusões sejam conhecidas depois.
Questionado pelo jornalista Gonçalo Costa Martins sobre se considera propositado não serem conhecidos os resultados ainda, João Costa "não quer atribuir intenções", mas considera que seria "transparente ter dados neste momento para podermos questionar a ação deste Governo".
Ainda assim, acha "estranho que passados tantos meses continuemos neste silêncio".
O antigo ministro da Educação diz que houve medidas positivas tomadas pelo anterior e pelo atual Governo, sublinhando no entando que "não há balas de prata para resolver um problema com esta complexidade, tem de ser um trabalho continuado".
João Costa lamenta também que a educação não esteja a ser tema na campanha eleitoral.