Política
José Adelino Maltez defende reunião do Conselho de Estado
O politólogo José Adelino Maltez classifica como “alucinante” este fim de semana e defende que é necessária uma reunião do Conselho de Estado.
Foto: Lusa
“A única coisa que fez foi ser um revelador da confusão em que vivemos. Estamos aqui a fazer comentários a partir de um elemento que é fundamental que é sabermos exatamente quais foram as condições que a ‘troika’ pôr para nós recebermos a tal tranche. Tudo parece que foi uma espécie de ou a bolsa ou o porta-moedas”, defende.
José Adelino Maltez considera que “este fim de semana foi alucinante”, nomeadamente porque surgiu “um conselheiro de Estado [Marques Mendes], usurpando as suas funções de comentador, dizendo que ia haver uma reunião do dito órgão sem o Presidente da República dizer, e sem outros conselheiros de Estado, nomeadamente o chefe da oposição, conhecer essa convocatória”.
“Depois, há um presidente do partido maioritário da coligação que se vem lamentar de não ter ninguém ao lado dele, a não ser um recém-ministro e um outro por uns minutos, na comemoração do aniversário do seu partido”, refere, acrescentando que este fim de semana se fizeram ouvir ainda “um ex-primeiro-ministro [José Sócrates] e um ex-candidato a primeiro-ministro [Marcelo Rebelo de Sousa], destruindo completamente a comunicação do primeiro-ministro”.
Em declarações ao jornalista Nuno Rodrigues, José Adelino Maltez argumenta que “o primeiro-ministro apenas fez uma oferta pública de negociação”, mas “afinal esta oferta pública de negociação do primeiro-ministro aos parceiros sociais e à comunidade política ainda não foi totalmente negociada dentro do parceiro que oferece a negociação”. “Tudo isto revela a necessidade de um Conselho de Estado, pelo menos para termos certeza de quem é quem”, aponta.
O professor universitário observa ainda que há a possibilidade de o CDS-PP se vir a coligar com o PS, tal como já fez Mário Soares, tendo em conta que o partido centrista se afirma como defensor dos contribuintes e dos pensionistas