José Adelino Maltez defende reunião do Conselho de Estado

O politólogo José Adelino Maltez classifica como “alucinante” este fim de semana e defende que é necessária uma reunião do Conselho de Estado.

Sandra Henriques /

Foto: Lusa

José Adelino Maltez afirma à Antena1 que o presidente do CDS-PP e ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, não desautorizou o primeiro-ministro ao afirmar publicamente que discorda da taxa extraordinária sobre os pensionistas que foi anunciada por Pedro Passos Coelho.

“A única coisa que fez foi ser um revelador da confusão em que vivemos. Estamos aqui a fazer comentários a partir de um elemento que é fundamental que é sabermos exatamente quais foram as condições que a ‘troika’ pôr para nós recebermos a tal tranche. Tudo parece que foi uma espécie de ou a bolsa ou o porta-moedas”, defende.

José Adelino Maltez considera que “este fim de semana foi alucinante”, nomeadamente porque surgiu “um conselheiro de Estado [Marques Mendes], usurpando as suas funções de comentador, dizendo que ia haver uma reunião do dito órgão sem o Presidente da República dizer, e sem outros conselheiros de Estado, nomeadamente o chefe da oposição, conhecer essa convocatória”.

“Depois, há um presidente do partido maioritário da coligação que se vem lamentar de não ter ninguém ao lado dele, a não ser um recém-ministro e um outro por uns minutos, na comemoração do aniversário do seu partido”, refere, acrescentando que este fim de semana se fizeram ouvir ainda “um ex-primeiro-ministro [José Sócrates] e um ex-candidato a primeiro-ministro [Marcelo Rebelo de Sousa], destruindo completamente a comunicação do primeiro-ministro”.

Em declarações ao jornalista Nuno Rodrigues, José Adelino Maltez argumenta que “o primeiro-ministro apenas fez uma oferta pública de negociação”, mas “afinal esta oferta pública de negociação do primeiro-ministro aos parceiros sociais e à comunidade política ainda não foi totalmente negociada dentro do parceiro que oferece a negociação”. “Tudo isto revela a necessidade de um Conselho de Estado, pelo menos para termos certeza de quem é quem”, aponta.

O professor universitário observa ainda que há a possibilidade de o CDS-PP se vir a coligar com o PS, tal como já fez Mário Soares, tendo em conta que o partido centrista se afirma como defensor dos contribuintes e dos pensionistas
PUB