José Manuel Pureza é o novo coordenador do Bloco de Esquerda

O bloquista José Manuel Pureza foi este domingo consagrado novo coordenador do Bloco de Esquerda, com a sua moção a conquistar 65 dos 80 lugares da Mesa Nacional, menos dois do que a anterior direção de Mortágua.

RTP /
Foto: José Sena Goulão - Lusa

Segundo os resultados anunciados na 14ª Convenção Nacional do BE, que termina este domingo no pavilhão municipal do Casal Vistoso, em Lisboa, a lista para a Mesa Nacional encabeçada por José Manuel Pureza obteve 384 votos, o que corresponde a 65 mandatos.

A moção S obteve 47 votos, correspondente a oito mandatos, seguindo-se a moção H com 26 votos e quatro mandatos e a B com 15 votos e três mandatos.

Contabilizaram-se quatro votos brancos e três nulos.

A figura de coordenador não existe formalmente nos estatutos do BE, mas, de acordo com a moção vencedora, "a coordenação da Comissão Política ficará a cargo de quem encabece a lista mais votada para a Mesa Nacional", ou seja, José Manuel Pureza.

Na última Convenção Nacional do BE, a moção na altura encabeçada por Mariana Mortágua conquistou 67 dos 80 lugares.

Pela moção A, José Manuel Pureza foi o primeiro eleito para a Mesa Nacional, seguido de Isabel Pires, que saiu desta convenção indicada como secretária da organização.

Neste órgão mantêm-se dirigentes como o ex-líder parlamentar Fabian Figueiredo, Marisa Matias e Mariana Mortágua, que se despediu da coordenação e sai da direção mas fica neste órgão máximo entre convenções.

Na linha de continuidade, seguem na Mesa nomes como o de Joana Mortágua, José Soeiro, a candidata presidencial Catarina Martins, Pedro Filipe Soares, Jorge Costa, Adriano Campos, ou Andreia Galvão (que recentemente substituiu Mortágua no parlamento), entre outros.

De um total de 80 nomes, surgem também novas entradas, entre estreias e regressos, depois de uma tentativa assumida pela nova direção do partido de renovação, com uma média de idades que ronda os 37 anos no que toca aos candidatos da moção A.

É o caso da ex-eurodeputada Anabela Rodrigues, o ex-assessor João Curvêlo, o atual assessor parlamentar Daniel Borges, jovens que foram candidatos autárquicos como António Soares, Joana Neiva e Inês Antunes, a vereadora em Lisboa Carolina Serrão, ou Gonçalo Filipe (63), entre outros nomes."Esquerda de pontes"
No seu discurso este domingo, o novo coordenador nacional do BE defendeu uma "esquerda de pontes" que saiba dialogar e comprometeu-se a fazer "todos os diálogos necessários para que a esquerda reganhe iniciativa e força em Portugal".

"Queremos uma esquerda de pontes, que saiba dialogar, que encontre convergências, que nunca esqueça as prioridades, que olhe para o futuro, de que cada trabalhador e trabalhadora se sinta parte integrante. O que eu digo ao país é isto: aqui está uma esquerda de confiança, que não desiste de nada na luta pelo salário, pela casa, pelo hospital, pelo clima e pelos direitos que fazem de nós uma comunidade. Somos a vossa força pela igualdade e pela liberdade", advogou.

Num discurso no qual apelou à união, Pureza comprometeu-se a fazer "todos os diálogos necessários para que a esquerda reganhe iniciativa e força em Portugal".

Na ótica do novo coordenador nacional bloquista e antigo vice-presidente da Assembleia da República, o tempo atual exige "uma recusa clara do sectarismo e a junção de forças não só para combater a ofensiva das direitas, mas para lhe contrapor uma contra-ofensiva dos direitos, da igualdade e daquilo que nos faz grandes que é sermos comunidade".

"Nas ruas e onde mais for preciso, o Bloco não se poupará a esforços para juntar toda a gente que quer mais do que resistir porque quer mudar a vida e a política e a quer mudar mesmo. Não será por causa do Bloco que a construção dessa alternativa da esperança ficará por construir", realçou.

c/ Lusa 
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