Líderes de esquerda da América Latina denunciam ameaças à democracia

Os líderes de quatro países sul-americanos e da Espanha, reunidos numa cimeira no Chile, alertaram esta terça-feira que a democracia está "sob ataque", apelando à luta contra a desinformação e a ascensão dos extremismos.

Lusa /
Gabriel Boric foi o porta-voz da preocupação dos líderes de esquerda na América do Sul Adriano Machado - Reuters

A cimeira com o tema "Democracia sempre", organizada em Santiago, ocorre num momento em que se assiste ao avanço de partidos e governos de extrema-direita ou autoritários na Europa e na América Latina e em que o presidente americano, Donald Trump, tenta impor unilateralmente tarifas sobre a maioria dos países do mundo, conduzindo uma política externa agressiva.

 "Enquanto a democracia é atacada em diferentes lugares (...) existe um grupo importante e significativo de líderes de diferentes países, mas com visões complementares, para defender a democracia", afirmou o presidente chileno Gabriel Boric no fim do encontro no palácio presidencial de La Moneda.

O chefe de Estado do Chile já tinha denunciado "a desinformação, o extremismo de todos os lados, a ascensão do ódio, a corrupção, a concentração de poder e uma desigualdade que minam a confiança na ação pública e no Estado de direito".

Ao seu lado, estavam os presidentes do Brasil, Luiz Inácio `Lula` da Silva, da Colômbia, Gustavo Petro, do Uruguai, Yamandu Orsi e o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez.

A cimeira tinha como objetivo discutir formas "de fortalecer as nossas democracias e o multilateralismo, com propostas que devem ser apresentadas numa reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas em Nova Iorque, em setembro", disse Boric.

"As nossas sociedades enfrentam uma ameaça real liderada por uma coligação de interesses entre oligarcas e a extrema direita, uma internacional - chamemo-la assim - de ódio e mentira que avança perigosamente", declarou Pedro Sanchez, cujo partido a que pertence, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) está alegadamente envolvido num escândalo de corrupção.

Segundo o presidente brasileiro, Lula da Silva, os cinco participantes na cimeira concordaram sobre "a necessidade de regular as plataformas digitais e combater a desinformação".

 

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