Livre/BE. Navegar, do Seixal a Gaza, e o aluno mal-comportado da AR

O dia começou num barco, no Seixal, onde Rui Tavares e Joana Mortágua se sentaram lado a lado e falaram, ao longo de quase toda a viagem no Tejo, sobre a necessidade de construir uma ponte sobre o rio que ligue o Seixal ao Barreiro.

Camila Vidal /
Fotos: Camila Vidal

Na baía do Seixal, os dirigentes partidários contaram com a ajuda dos candidatos locais para fazer um diagnóstico sobre a habitação, enquanto se apontava, a poucos metros dali, para os guindastes que indicam que estão a nascer mais casas, mas que os candidatos e os líderes avisam que só poucos poderão pagar.

No final da viagem, a preocupação com outro barco. Joana Mortágua confirma que está tudo bem com "a Mariana" e restante tripulação da flotilha humanitária com destino a Gaza. Houve barcos cercados nas horas anteriores. A coordenadora do Bloco de Esquerda vai numa dessas embarcações, que de manhã estava a menos de 100 milhas do destino, numa "fase crítica".

Em declarações aos jornalistas, a antiga deputada quis deixar um apelo para que não se tirem os olhos da flotilha, mas não revelou detalhes sobre em que ponto está o diálogo do BE com o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre a proteção dos intervenientes.
Rui Tavares quis acrescentar que compreende que haja visões diferentes sobre a iniciativa, mas sugere: todos "os que forem humanistas" devem reconhecer que a proteção e segurança dos ativistas têm de ser garantidas.
Os dois dirigentes partidários foram do Seixal para Almada, para o areal da Costa da Caparica, onde tinham encontro marcado com a associação de pescadores Ala-Ala. De pés molhados e junto a uma embarcação de pesca artesanal, escutaram queixas e sugestões, e mesmo quando havia quem chamasse pelo Chega e ficasse desiludido com aquela comitiva, Rui Tavares falou do partido de André Ventura, a propósito da revisão do Código de Conduta dos Deputados.
Rui Tavares dá o exemplo do Parlamento Europeu - onde os deputados podem perder uma parte do salário se violarem as regras - e admite que o seu grupo parlamentar pode vir a contribuir com propostas, depois do repto do Presidente da Assembleia da República para que se debata o tema com iniciativas partidárias. O porta-voz do Livre refere mesmo que se trata de uma "evolução do pensamento" de Aguiar-Branco.
Rui Tavares avisa que até as visitas escolares são interrompidas pela conduta dos deputados do Chega. Joana Mortágua acena que sim com a cabeça, e confirma que também ela já foi vítima de ataques verbais no Parlamento.

A caravana do Livre seguiu depois a solo para Setúbal, onde a candidatura autárquica não inclui o Bloco de Esquerda, e Rui Tavares fechou o dia numa conversa com alunos do Politécnico de Setúbal.
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