Luís Mendes do RIR quer restringir `tuk-tuk` e criar cartão de estacionamento em Lisboa
O candidato do Reagir, Incluir, Reciclar (RIR) à Câmara de Lisboa defende restrição do acesso de `tuk-tuk` em "zonas sensíveis" da cidade e a criação de um cartão de estacionamento para munícipes com uma hora gratuita nos parques públicos.
"Lisboa precisa de uma mobilidade que respeite os seus bairros, os seus moradores e o seu ritmo. A cidade não pode continuar a ser invadida por modelos de transportes turísticos que perturbam o descanso e a segurança e a qualidade de vida de populações locais", afirmou Luís Mendes.
O candidato à câmara e à Junta de Freguesia de Marvila, acompanhado do cabeça de lista à Assembleia Municipal de Lisboa, Bruno Rios, escolheu o miradouro sobre o Bairro do Vale Fundão para apresentar a candidatura do RIR, de início sem a presidente do partido, atrasada por ter tido o carro bloqueado pela Empresa de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL).
Luís Mendes exemplificou com o cenário caótico do miradouro de Nossa Senhora do Monte, "onde a circulação constante de `tuk-tuks` e outros veículos turísticos tem gerado ruído, congestionamento e insegurança".
Por isso, comprometeu-se "a impedir a circulação destes veículos em zonas sensíveis, devolvendo a tranquilidade a locais que devem ser espaços de contemplação e não de exploração comercial".
Mas para uma "mobilidade justa", o candidato pretende "criar o cartão de estacionamento do munícipe lisboeta", de uso "exclusivo para residentes que garante uma hora gratuita por dia nos parques geridos pela EMEL".
Outras propostas são o uso gratuito da rede de bicicletas Gira para munícipes e trabalhadores na cidade, reforço da rede ciclável, com ligação aos transportes públicos, e aumento das carreiras de autocarros para "servir melhor" os bairros residenciais e zonas escolares.
Na habitação, para quem o via através das redes sociais, já que no miradouro apenas assistia a sua mãe, comprometeu-se a "construir 11 mil casas recorrendo ao financiamento público ou privado e aos fundos do PRR".
A requalificação de imóveis municipais devolutos, o reforço da Gebalis com "mais meios e recursos" para "responder com rapidez" à manutenção e fiscalização dos imóveis municipais e a promoção do alojamento estudantil e para professores deslocados, garantindo que a educação é "acessível e justa", foram outras promessas.
A segurança será outra prioridade, com o reforço da Polícia Municipal com "mais meios humanos e materiais", instalação de "mais câmaras de vigilância em toda a cidade, especialmente em zonas mais vulneráveis", e uma "colaboração mais próxima e eficaz com todas as entidades de segurança".
Pegando no `slogan` da campanha de "Por uma Lisboa Limpa, Justa e Viva", Luís Mendes, 48 anos, assistente operacional do departamento de higiene urbana, salientou que a cidade "está suja", com "lixo acumulado nas ruas, mato por cortar nos espaços públicos, passeios degradados e perigosos".
"A atual separação de competências entre a Câmara Municipal de Lisboa e as juntas de freguesia tem gerado confusão, duplicação de esforços e mesmo zonas de ninguém", apontou, defendendo uma "articulação verdadeira" e "permanente entre estas entidades" e "investimento em novos equipamentos, viaturas modernas, tecnologia de gestão inteligente de resíduos" e "mais assistentes operacionais".
O candidato deixou também "uma palavra especial" para os eleitores de Marvila, onde construiu "relações, memórias e sonhos", e quer uma freguesia "mais limpa, com ruas cuidadas, espaços públicos dignos", mais "justa, com apoio social real para quem mais precisa", e "mais viva, com desporto, cultura, juventude e participação ativa dos cidadãos".
A presidente do RIR, e número dois na lista à câmara, Márcia Henriques, agradeceu depois "a disponibilidade" de Luís Mendes para se candidatar, em resposta à "falta de atendimento" pelo presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD), na "famosa crise do lixo" em dezembro do ano passado.
"Somos, como eu costumo dizer, pessoas normais que sofrem os problemas do dia-a-dia", que inclusive "sofrem com os bloqueadores da EMEL", ironizou, consciente que não têm "condições de ganhar a câmara", mas ambicionam "fazer a diferença" se conseguirem "passar a mensagem".