O presidente do PSD vincou no discurso de vitória que os portugueses "não querem mais eleições antecipadas" e que caberá às oposições "respeitar e cumprir a vontade popular".
"Espera-se sentido de Estado, sentido de responsabilidade, respeito pelas pessoas e espírito de convivência na diversidade mas também de convergência e salvaguarda do interesse nacional", afirmou Luís Montenegro.
Os portugueses "querem uma legislatura de quatro anos" e "exigem" que "respeitem e que honrem a sua palavra livre e democrática". No entanto, prometeu que será o Governo para "todos, todos, todos".
Questionado pelos jornalistas sobre as condições de governabilidade, o líder social-democrata afiançou: "Não me parece que haja outra solução de Governo que não aquela que dimana da vontade livre, democrática e convicta do povo português".
Luís Montenegro sublinhou que apenas outro Governo seria possível "do ponto de vista aritmético": uma coligação entre PS e Chega, mas não considerou que esse possa ser um "cenário crível".
"Sim é sim" a Portugal
Quanto ao "não é não" declarado ao Chega de André Ventura em 2024, o líder do PSD afirmou apenas que cumpre os seus "compromissos".
"Temos palavra e cumprimos a nossa palavra", acrescentou. Recusou-se ainda a "teorizar" quanto aos próximos passos, nomeadamente quanto às reuniões que cada partido terá no Palácio de Belém.
Disse manter o compromisso e o espírito de "sim é sim" a Portugal.
"Tenho a certeza que vai acabar por imperar o sentido de responsabilidade", vincou ainda.
Luís Montenegro foi ainda questionado sobre o caso Spinumviva pelos jornalistas, o que desencadeou vários apupos dos apoiantes presentes na sede de campanha da AD.
O líder social-democrata sublinhou que a "razão objetiva" que conduziu às eleições "foi a rejeição de uma moção de confiança" na Assembleia da República.
Após esta eleição, "a moção de confiança que o povo endereçou hoje ao Governo é suficiente para que todos assumam as respetivas responsabilidades", assinalou Montenegro, exigindo ainda "maturidade" das forças políticsa.
Por fim, rejeitou falar de qualquer hipotética revisão constitucional com votos da AD, Chega e Iniciativa Liberlal na próxima legislatura ou antecipar a futura composição do Governo.