MAI considera que sentimento de insegurança "nem sempre coincide" com realidade

A ministra da Administração Interna veio sustentar, esta segunda-feira, que devem ser evitados alarmismos sobre os crimes violentos em Portugal.

RTP /
Ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral Foto: Rodrigo Lobo - RTP

Questionada sobre as recentes notícias de mortes e tentativas de homicídio na Grande Lisboa, Maria Lúcia Amaral sublinhou que a realidade não é tão grave como possa parecer.
A ministra da Administração Interna falava à margem da inauguração da esquadra da PSP da Pontinha, em Odivelas, que foi alvo de obras de requalificação.

"Há de facto algum aumento da criminalidade violenta, mas não é tanto quanto se ecoa a comunicação social, o que gera nas pessoas um sentimento de insegurança quanto à realidade que, nem sempre, coincide com o que efetivamente acontece", retorquiu a governante, quando questionada sobre casos recentemente ocorridos na região de Lisboa.As autoridades registaram, na última semana, cinco casos de pessoas atingidas a tiro. Na madrugada desta segunda-feira, um homem foi admitido no Hospital de Amadora-Sintra com ferimentos de bala num joelho. Na véspera, um jovem fora deixado na mesma unidade com ferimentos no abdómen.


"A onda de crimes violentos que marcou a última semana tem de ser entendida no contexto que é o nosso, que é o de relatório rigoroso, quanto ao aumento efetivo de criminalidade e violência", reforçou Maria Lúcia Amaral.
"À revelia da PJ"
Ao lado da ministra para a cerimónia de inauguração da esquadra, o diretor Nacional da PSP foi confrontado com a notícia do jornal Público segundo a qual aquela força policial partiu para "uma das maiores apreensões de droga de sempre à revelia da PJ". Luís Carrilho remeteu mais explicações para uma conferência de imprensa prevista para terça-feira, sem deixar de saudar o trabalho dos agentes, que apreenderam perto de seis toneladas de estupefacientes num armazém do Seixal.

Por sua vez, a ministra da Administração Interna afirmou desconhecer o caso. "Não li ainda a notícia do jornal Público. Não sei o que aconteceu, por isso não considero nada", respondeu.

Quanto às críticas dos sindicatos da PSP, que reclamam aumentos salariais e denunciam a ausência de respostas na proposta de Orçamento do Estado para 2026, a ministra disse estar a trabalhar para tal.

"Tem havido, como em muitas outras instituições e áreas do Estado, alguma dificuldade em chamar as novas gerações para integrar estas instituições que implicam compromissos de vida"
, redarguiu Maria Lúcia Amaral.

"Hoje, a cultura juvenil é outra, porque o mundo também é outro e os jovens têm muito mais alternativas e hipóteses de escolha. O que estamos a fazer na PSP é perceber como é que vamos dignificar a função e condição policial de modo a que possa ser atraente também para as novas gerações", rematou.

c/ Lusa
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