Mariana Leitão: "É pior vivermos em duodécimos e instabilidade política do que fazermos eleições"

por Antena 1

Mariana Leitão defende que o próximo presidente da República dissolva o Parlamento e convoque eleições, caso o próximo Orçamento do Estado não seja aprovado.  

Em entrevista ao podcast da Antena 1 Política com Assinatura, a candidata da Iniciativa Liberal (IL) à Presidência da República defende a convocação de eleições legislativas, porque “é pior vivermos em duodécimos e nessa instabilidade política”.
Mariana Leitão garante que não tem medo de Gouveia e Melo, mas adianta que também não sabe o que pensar do Almirante. “Não sei quem é Gouveia e Melo, em concreto”, diz.

Quanto a ter em Belém um antigo militar, Mariana Leitão teme que isso ponha em causa o equilíbrio que o 25 de Abril permitiu entre a política e as forças armadas e acrescenta: “Esse equilíbrio fica posto em causa". E reforça que é necessário saber o que pensa e defende Gouveia e Melo.
Em caso de segunda volta nas presidenciais, Mariana Leitão deseja que ela própria esteja nessa posição. Admite que os seus adversários são o medo, o populismo e o conformismo. E adianta que o rosto do conformismo é Marques Mendes. Acusa-o de ser mais do mesmo: as mesmas políticas, os mesmos resultados.
Quanto ao candidato às presidenciais do Partido Socialista (PS), Mariana Leitão entende que o partido anda a moldar o perfil do candidato ao que lhe convém. Diz mesmo que o PS anda à deriva.
Nesta entrevista, a candidata da IL à Presidência da República analisa o mandato de Marcelo Rebelo de Sousa. Diz que falhou na criação de consensos e que “comentou demasiado, demasiados temas”, o que banalizou a palavra do presidente da República, refere Mariana Leitão.
Para a deputada da IL, André Ventura não consegue limpar o partido e quer que seja a Assembleia da República a resolver os problemas do Chega. É desta forma que Mariana Leitão analisa a proposta do Chega para criar uma subcomissão de ética que afaste deputados suspeitos de crimes. E acrescenta que a medida é inconstitucional.
A reforma da justiça não anda, acusa Mariana Leitão. Quem decide sabe o que tem de ser feito, mas as mudanças continuam por implementar, afirma. Mariana Leitão dá como exemplo os mega-processos que prescrevem, porque o tempo da justiça demora demasiado tempo. E dá como exemplo o processo do cartel da banca.
Mariana Leitão admite o apoio da IL a Carlos Moedas para salvar Lisboa de uma frente de esquerda, mas o PSD tem de limpar a casa. Para Mariana Leitão, o processo Tutti Frutti é um problema acima de tudo para os sociais-democratas. E disso pode depender uma coligação entre IL e PSD. Disso, e de uma eventual frente de esquerda que possa vir a ganhar a Câmara de Lisboa. Se assim for Mariana Leitão admite que o partido negoceie com o PSD.
Entrevista conduzida por Natália Carvalho, editora de Política da Antena 1. 
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