Política
Mariana Leitão quer recuperar "irreverência" da IL, promete combate à "inação" do Governo
Candidata-se, sem oposição, à liderança da Iniciativa Liberal (IL) com o objetivo de “reafirmar” a identidade do partido e para liderar uma IL sem “medo de incomodar” - não por “oposição” à direção cessante de Rui Rocha, mas face ao ciclo político que se iniciou com as eleições legislativas. Em entrevista à Antena 1, por ocasião da X Convenção Nacional da IL, que decorre dia 19 de julho, em Alcobaça, Mariana Leitão defende que o atual cenário exige um “combate diferente”
“É preciso fazer um combate sério ao partido mais populista da extrema-direita e ao conformismo da AD e desta pouca vontade de alterar o estado do país. O que nós queremos é recuperar alguma da irreverência que existia nesse combate e que, neste momento, mais do que nunca, é essencial”, sublinha a líder parlamentar dos liberais.
Sem esconder que o PSD é um parceiro preferencial, Mariana Leitão recusa “pactuar” com o que diz ser o “imobilismo, conformismo e inação” do atual executivo, que acusa de “governar com o foco nas eleições seguintes”. A futura presidente da IL promete um partido mais exigente e assume como bandeiras avançar com uma reforma do Estado “transversal e corajosa”, simplificar e reduzir a carga fiscal e alterar a legislação laboral para tornar o mercado de trabalho "mais flexível".
Futura líder da IL assume desafio “difícil” nas autárquicas, empurra presidenciais para depois da Convenção
As autárquicas serão o primeiro teste que enfrenta como líder dos liberais. Mariana Leitão recusa estabelecer metas e aponta como objetivo principal crescer face às eleições de 2021 e ter “mais nomes eleitos”, apesar de admitir que será “difícil” conquistar uma Câmara. Ainda assim, assume uma aposta forte na cidade de Braga.
“É sempre difícil dizer que vamos conseguir conquistar uma câmara, mas vou lembrar o exemplo de Braga. Temos Rui Rocha como candidato. Tenho a certeza que vamos ter um ótimo resultado e, portanto, aí teremos sempre essa hipótese em cima da mesa”, afirma a candidata única à presidência da IL.
Mariana Leitão considera que o partido integra coligações “vencedoras” - desde logo em Lisboa e no Porto, cidades onde irá coligada com PSD e CDS – e acredita que será capaz de influenciar os executivos camarários e “implementar e executar políticas liberais”.
Já uma decisão sobre as presidenciais será adiada para depois da Convenção Nacional. Mariana Leitão insiste que o partido deve apoiar alguém e que esse nome tem de “defender os valores e as ideias liberais”, mas recusa que ser membro do partido seja uma exigência. E reforça, os candidatos à Presidência já conhecidos “não são de todo uma opção".
Menos de meio ano depois das últimas eleições internas, a Iniciativa Liberal volta a reunir-se para eleger uma nova Comissão Executiva, na sequência do pedido de demissão de Rui Rocha por reconhecer que não foram alcançados os resultados desejados nas legislativas. Mariana Leitão, atual líder da bancada parlamentar dos liberais, é candidata única à liderança.