Política
Política com Assinatura
Mariana Vieira da Silva admite que travou candidatura para não prejudicar PS nas autárquicas
Mariana Vieira da Silva volta a defender que as eleições internas no Partido Socialista (PS) deviam ter acontecido após as autárquicas, mas não avança porque “dividir o partido não seria correto”.
Na sua opinião seria exequível manter o partido liderado pelo Presidente Carlos César até às eleições autárquicas, até porque “concluo que ninguém queria uma disputa eleitoral a tão pouco tempo das autárquicas”.
Em entrevista ao podcast da Antena 1 Política com Assinatura a socialista deixa ainda a crítica: “como é possível antes de fazer a reflexão, escolhermos o líder?”.
Aviso a Montenegro: “AD pode vir a ser a próxima vítima do Chega"
A socialista entende que o voto no Chega não foi nas propostas eleitorais do partido de André Ventura, foi sim, diz, “um voto de desesperança e de protesto” porque o PS “não se conseguiu afirmar como alternativa”. E é por isso que alerta PSD e PS para o facto de que apenas estes dois partidos são alternativa para Governo.
“António Costa travou o crescimento do Chega”
Para a antiga ministra, o PS não atirou o PSD para os braços do Chega. Relembra que os socialistas apoiaram por diversas vezes o Governo de Luís Montenegro. E defende que António Costa foi quem adiou a ascensão do Chega em Portugal. Olhando e falando para o interior do PS, Mariana Vieira da Silva afirma que o partido perdeu eleitores porque não conseguiu resolver duas questões: habitação e imigração. Todavia, e no caso da habitação, a deputada acredita ser possível "entendimentos fortes com a AD".
Contudo, Vieira da Silva recusa responsabilizar Pedro Nuno Santos e critica quem dentro do partido “aponta o dedo a um protagonista” pensando que assim resolve os problemas. “Está errado”, acrescenta.
Revisão constitucional sem PS? Pode pôr em causa viabilização de OE
Sobre a revisão da Constituição, Mariana Vieira da Silva deixa um recado, em jeito de pergunta, ao PSD: “se decidir fazer a revisão constitucional à margem do PS, teria o direito de exigir que o PS viabilizasse orçamento após orçamento nos próximos anos?”. Nenhum partido deve dizer que aprova um orçamento sem saber o que está lá escrito. Mariana Vieira da Silva reforça que “o PS não deve dizer que aprova já xis orçamentos”.
E culpa Marcelo Rebelo de Sousa pela sobrevalorização dos Orçamentos do Estado: “considerou que quando um Orçamento do Estado não era aprovado isso significava, por si só, a queda de um Governo”. A Comissão Parlamentar de Inquérito à Spinumviva vai acontecer. É a convicção de Mariana Vieira da Silva, “independentemente do posicionamento do Partido Socialista”, diz.
A deputada acredita também que o assunto “já não passará exclusivamente pela Comissão de Inquérito”. Nesta entrevista, Mariana Vieira da Silva reforça que António José Seguro não é o candidato “que melhor se posiciona” para representar o PS em Belém.
Garante que nada tem a ver com “feridas antigas”, mas sim com condições para "oferecer a resposta de credibilidade que o PS deve procurar”. Entrevista conduzida pela editora de Política da Antena 1, Natália Carvalho.