Marisa Matias considera que tecnocracia é um dos maiores perigos para democracia

No Conselho Superior da Antena1 desta manhã, Marisa Matias defende que a tecnocracia é um dos maiores perigos para a democracia, como mostraram as eleições legislativas em Itália.

Sandra Henriques /
Marisa Matias afirma que os italianos, os portugueses e outros povos foram vítimas durante muitos anos do consenso de Bruxelas, que era o centro da decisão independentemente de quem estava nos governos dos países. “A alternância de partidos com as mesmas políticas resultam dessa nebulosa, desse consenso de Bruxelas que foi sendo imposto”, refere.

A seguir veio a teoria dos governos dos tecnocratas, que são “a expressão máxima desse consenso de Bruxelas que não se quer quebrar”. Com estas eleições em Itália caiu por terra o “mito de que gente de fora da política seria mais competente e capaz para governar os nossos destinos do que por vias normais democráticas, em que há alternativa política”.

“Tecnocratas e populistas são duas faces da mesma moeda”, expressando a “degradação do sistema político e democrático”. É o “tempo dos políticos que fingem que não o são”, como é o caso de Mario Monti e Beppe Grillo. A eurodeputada do Bloco de Esquerda considera mesmo que a “tecnocracia é um dos maiores perigos para a democracia”.

Em declarações ao jornalista Luís Soares, Marisa Matias frisa que os mercados acalmaram apenas com a intervenção do Banco Central Europeu. A “narrativa dos tecnocratas virou-se contra eles” e “a austeridade e a democracia saíram derrotadas”, observa.

“Os governos, tecnocratas ou não, estão a governar contra o povo e a favor dos credores”, constata Marisa Matias, apelando por isso à participação na manifestação “Que se lixe a troika”, marcada para este sábado.

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