João Gomes Cravinho, ministro da Defesa, diz ter “plena confiança” no seu chefe de gabinete, Paulo Lourenço, que estará a ser investigado por suspeitas de utilização indevida de dinheiros públicos. Em causa está uma alegada conta bancária do consulado-geral de São Paulo, onde foi cônsul de Portugal, com cerca de três milhões de euros indevidamente contabilizados. O ministro dos Negócios Estrangeiros já veio esclarecer o que considera um “rol de incorreções” sobre Paulo Lourenço.
Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, declarou também esta segunda-feira desconhecer “em absoluto seja o que for sobre inquéritos judiciais em curso” e salientou que Paulo Lourenço desempenhou as funções de cônsul-geral “com brilho conhecido e público”.
“Eu gosto que nós tenhamos opiniões fundadas em factos e os factos são estes: no que diz respeito ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, o ministério não desencadeou nenhum processo disciplinar em relação a essa personalidade”, argumentou.
“Essa personalidade não geriu pessoalmente seja que conta fosse do consulado que dirigiu”, continuou. “Portanto, o rol de incorreções é bastante grande, como é aliás costume nestes casos, infelizmente”.
De acordo com a edição de domingo do Correio da Manhã, a investigação a Paulo Lourenço terá sido desencadeada pela descoberta de “alegadas irregularidades na concessão de vistos 'gold' a cidadãos brasileiros” por parte do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Augusto Santos Silva garantiu, porém, que o chefe de gabinete do ministro da Defesa não “tratava de vistos gold, nem o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras pediu fosse o que fosse”.
A Procuradoria-Geral da República confirmou a investigação, acrescentando que o inquérito está em segredo de justiça e que não existem arguidos constituídos.
c/ Lusa