Moedas reclama vitória para continuar projeto iniciado em 2021
O cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP/IL à Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, assumiu hoje a vitória nas eleições autárquicas de domingo, afirmando que os lisboetas decidiram pela continuidade do projeto iniciado em 2021.
Os lisboetas decidiram "continuar com este projeto" por "mais quatro anos", afirmou Carlos Moedas, pelas 01:30, hora a que chegou à sede de acompanhamento da noite eleitoral, num hotel na zona do Marquês de Pombal, no mesmo sítio onde há quatro anos festejou a eleição como presidente da Câmara de Lisboa.
O cabeça de lista da coligação "Por ti, Lisboa" indicou que a sua candidatura conseguiu oito mandatos, mais um do que em 2021, mas ficando aquém de conseguir uma maioria absoluta, o que exigiria nove dos 17 eleitos no executivo municipal.
"Os lisboetas foram claros. Os resultados destas eleições foram claros. Tivemos mais 30 mil votos do que da última vez. [...] É absolutamente extraordinário. Ganhámos as eleições, ganhámos, reforçámos a nossa votação e os lisboetas no fundo disseram com clareza que querem mais Moedas", declarou o autarca do PSD, referindo que neste segundo mandato terá "maior capacidade" para trabalhar.
Na sua perspetiva, os lisboetas pediram "mais firmeza" para continuar a fazer mais habitação, a cuidar dos idosos, garantir mais segurança, a transformar o espaço público, a levar os jovens para os bairros históricos e a apostar na inovação e na cultura.
"Que façamos ainda mais aquilo com que sempre sonhámos e que por razões de governabilidade não conseguimos fazer tudo no primeiro mandato. Agora sim, agora sim, vamos conseguir", sublinhou, perante centenas de apoiantes.
Sem conquistar uma maioria absoluta, o social-democrata considerou que esta eleição "significa uma grande responsabilidade também para a oposição, porque os lisboetas com esta votação foram claros: não querem instabilidade".
"Os lisboetas querem estabilidade na pluralidade desta cidade", apontou, indicando que é preciso "um esforço de diálogo, de compromisso, de moderação" para governar a cidade.
Liderando o que diz ser a candidatura dos "moderados e tolerantes", Carlos Moedas deixou um aviso à oposição: "Esse papel da moderação é tanto daqueles que governam, governando, como daqueles que estão na oposição, deixando governar, cumprindo e preservando a estabilidade governativa que uma cidade como Lisboa exige. É assim que funciona a democracia, é assim que funcionam as instituições".
Além desse sentido de responsabilidade por parte de todos os eleitos, o autarca do PSD sugeriu que se coloque o interesse de Lisboa "acima de tudo, acima dos partidos, acima das querelas", referindo que "isso não aconteceu no primeiro mandato, [mas] tem de acontecer no segundo mandato".
"Para governamos a cidade precisamos de todos à volta da mesa, para governarmos com um único critério: o bem de Lisboa e dos lisboetas", defendeu.
Considerando que, tal como há quatro anos, esta eleição mostrou que "Lisboa é e será sempre dos lisboetas", o social-democrata adiantou que já falou com a sua principal adversária, Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), a quem desejou "o melhor" para a sua vida pessoal, profissional e política, porque "a democracia é assim".
Em resposta aos jornalistas, o social-democrata disse que neste segundo mandato prevê "fazer muito mais", com o reforço de sete para oito vereadores, mas considerou que se vivem "tempos mais difíceis", com o "radicalismo" à direita e à esquerda, "em que o próprio Partido Socialista se uniu com os radicais da esquerda radical".
Sobre possíveis acordos de governação, inclusive com o Chega, Carlos Moedas respondeu que "não há negociação com ninguém" e, por isso, tentará encontrar soluções à volta da mesa.
"Não tenho nenhuma coligação com o Chega, nem nunca vou ter, nem nunca tive", assegurou.
Manifestando-se "muito satisfeito e feliz" com a vitória, mesmo sem maioria absoluta, o candidato de PSD/CDS-PP/IL lembrou o que pediu aos eleitores.
"Pedi aos lisboetas mais um voto, deram-me mais 30 mil", salientou.
Quanto à ausência do presidente do PSD e primeiro-ministro, Luís Montenegro, que acompanhou os resultados a partir do Porto, o autarca revelou que falou com ele "três ou quatro vezes" durante a noite e assegurou que sente o "apoio total" do seu líder partidário.
"Foi das primeiras pessoas que pensou em mim para a Câmara de Lisboa", disse.
Nestas eleições concorreram à presidência da Câmara de Lisboa Carlos Moedas (PSD/CDS-PP/IL), Alexandra Leitão (PS/Livre/BE/PAN), João Ferreira (CDU-PCP/PEV), Bruno Mascarenhas (Chega), Ossanda Líber (Nova Direita), José Almeida (Volt), Adelaide Ferreira (ADN), Tomaz Ponce Dentinho (PPM/PTP) e Luís Mendes (RIR).
Atualmente, o executivo municipal integra sete eleitos da coligação "Novos Tempos" - PSD/CDS-PP/MPT/PPM/Aliança, sete eleitos da coligação "Mais Lisboa" - PS/Livre, dois da CDU e um do BE.