Montenegro vê "mais que muitas" diferenças entre buscas na Madeira e Operação Influencer

por Joana Raposo Santos - RTP

António Pedro Santos - Lusa

O presidente do PSD reagiu esta quarta-feira às buscas da Polícia Judiciária na Região Autónoma da Madeira, considerando que "ninguém está acima da lei" e que a investigação deve ser "o mais rápida possível". Luís Montenegro defendeu ainda que este caso é diferente daquele que levou à demissão de António Costa.

Questionado sobre se o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, devia ter-se demitido, Montenegro respondeu que “foi hoje conhecida uma investigação (…), há esclarecimentos que têm de ser dados, há prova que tem de ser obtida” e que “deve haver a responsabilidade se houver responsabilidade, ou ilibar de responsabilidade se isso for o caso”.

O líder do PSD considerou que as diferenças entre este caso e aquele que levou à renúncia de António Costa são “mais do que muitas” e relembrou que sempre foi da opinião que “não foi um parágrafo que esteve na génese da demissão do primeiro-ministro”.

Neste caso, para já, “do ponto de vista político não há nada que mude”, defendeu Montenegro.“Já sabemos que os processos terão a ver com a contratação pública e a envolvência de contratos realizados pelo Governo Regional”, declarou o candidato à chefia do Governo.

É evidente que ninguém está acima da lei e não é por estas pessoas exercerem funções em representação do PSD que há um princípio diferente daquele que é aplicável a todos os demais”, vincou o líder social-democrata em declarações aos jornalistas.

Montenegro disse ainda esperar que a investigação “decorra com rapidez, com diligência e que o quadro de suspeita que foi hoje levantado possa ser alterado e esclarecido de maneira a que não haja responsabilidade por parte nem do presidente do Governo Regional, nem pelo presidente da Câmara Municipal do Funchal e de outros agentes políticos”.

Sobre possíveis consequências deste caso nas eleições legislativas, defendeu que, “do ponto de vista da campanha, isto não tem impacto direto”, mas disse ser evidente que “é uma perturbação naquilo que é a atenção política que os portugueses têm para com a apresentação de propostas”.

A Polícia Judiciária está a desenvolver mais de 100 buscas na Madeira, nos Açores e em várias regiões do continente por suspeita de crimes de corrupção, participação económica em negócio, prevaricação e abuso do poder, entre outros.
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