"Não desisto de lutar". Pedro Nuno Santos de saída da liderança do PS mas não da política

Pedro Nuno Santos deixa de ser secretário-geral do Partido Socialista este sábado, com a realização da Comissão Nacional do PS, onde serão propostas eleições internas. De saída da liderança, mas deixa a garantia de que continuará a "fazer política". E quanto ao Governo, mantém a posição de que Luís Montenegro "não merece" a sua confiança.

RTP /
"Já não sou secretário-geral. Termino aqui um percurso de muitos anos de dedicação ao PS e ao país", disse aos jornalistas à saída da Comissão Nacional do PS, considerando que tentou "fazer o melhor que sabia pelo povo português".

O ex-secretário-geral do PS disse que agora "a vida política partidária termina" e que ainda não tomou uma decisão sobre o seu lugar de deputado.

"Não desisto de lutar", respondeu ainda Pedro Nuno Santos aos jornalistas, à saída da Comissão Nacional do PS. "Fiz política toda a minha vida e continuarei a fazer política".

Citando novamente Mário Soares, como na noite das eleições, "luta-se sempre e luta-se até ao fim", garantindo que continuará a "fazer intervenção política".

Sobre as eleições internas no partido, para escolher o seu sucessor na liderança socialista, Pedro Nuno Santos considera que é positivo "que o Partido Socialista não esteja tantos meses sem secretário-geral".

Já quanto à derrota socialista nas Legislativas de domingo, o ainda líder do PS defende que é necessária uma "análise profunda".

"Não sou secretário-geral do partido. Acabei de sair", respondeu Pedro Nuno Santos quando questionado sobre a posição que defendeu na noite eleitoral de não apoiar o projeto de Governo da AD. "Acho que o próximo secretário-geral do PS tem o direito de aplicar a sua estratégia, a sua visão".

Quanto às críticas por ter chumbado a moção de confiança do Governo, o que levou às últimas eleições, o socialista afirmou que "uma coisa é [Luís Montenegro] ter ganho eleições" e outra é Pedro Nuno Santos "passar a achar que o ainda primeiro-ministro merece confiança".

"A minha confiança não merece", repetiu. "E sob a minha liderança também não podia merecer a confiança do meu partido".

Para o ainda líder do PS, Montenegro "não tem as condições éticas mínimas para liderar um Governo".

"Há momentos em que devemos fazer o que é correto. E eu tenho orgulho em ter feito em cada momento o que eu achava que era correto", disse ainda.
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