Número de tarefeiros é "fator de malignidade" no Serviço Nacional de Saúde

A ministra da Saúde garante que vai diminuir o número de médicos tarefeiros. Para Ana Paula Martins, o número de médicos que fazem prestação de serviços é um "fator de malignidade dentro do Serviço Nacional de Saúde".

Antena 1 /
A titular da Saúde admite, por isso, que vai diminuir “de forma significativa” o número de tarefeiros. Ana Paula Martins está também em negociação com a Ordem dos Médicos para alargar a idade para fazer urgência. Atualmente os médicos com mais de 55 anos podem pedir dispensa da prestação de serviço de urgência e os médicos com idade superior a 50 anos podem pedir para não fazerem urgências noturnas. A ministra da Saúde afirma que, se não fossem estes médicos, “não teríamos urgências abertas”.
Dentro de poucos dias será conhecido o plano para melhorar o funcionamento das urgências e do serviço de cirurgia do Hospital Amadora-Sintra. A ministra da Saúde revela que já tem o plano que passa por recuperar a equipa de cirurgia que saiu do hospital. “Muito brevemente os resultados estarão à vista”, adianta.
Se depender de mim vamos ter o regresso das PPP” (Parcerias Público-Privadas) - é desta forma que Ana Paula Martins anuncia na Antena 1 que está a refletir nos hospitais que vai entregar à gestão privada. Entre esses que passarão a PPP está o Hospital Beatriz Ângelo.
Não há limpeza de listas nem apagões no que diz respeito aos utentes dos centros de saúde. Nesta entrevista ao podcast da Antena 1 Política com Assinatura, Ana Paula Martins garante que o Governo já atribuiu médico de família a cerca de 200 mil pessoas. E quem não tem é quem não quer ou não precisa.
A ministra não quer "de maneira nenhuma” pôr em causa o acesso ao SNS por parte dos imigrantes em situação irregular. “Não fica ninguém à porta dos hospitais”, garante e acrescenta que respeitará sempre a lei de bases da saúde e a Constituição da República.
Ana Paula Martins assegura que os emigrantesnão estão a ser retirados das listas dos médicos de família. Refere que estão na situação de “inativos”. Aliás como ela própria. Ana Paula Martins admite que não vai a uma consulta com a médica de família há mais de cinco anos.
Sendo que o que mais preocupa a ministra é mesmo a falta de médicos de saúde familiar. “Aquilo que me tira o sono é não ter médicos de família para todos os portugueses”, adianta nesta entrevista, na qual revela também que a Inspeção-Geral das Atividades em Saúde concluiu um aumento de 40 por cento no número de utilizadores do SNS a quem não se consegue cobrar as dívidas.
Sobre o INEM, a titular da pasta da Saúde garante que em 12 meses haverá alterações naquele organismo. Assume que não está tudo bem, mas que “em 12 meses vai-se fazer mais de 80 por cento daquilo que é preciso”.
Entrevista conduzida por Natália Carvalho, editora de Política da Antena 1.
PUB