"O Bloco foi à Ucrânia fazer o quê?". Pedro Soares critica "discursos vagos" e apego à geringonça
O candidato à liderança do Bloco de Esquerda criticou o posicionamento do partido nos últimos anos. Pedro Soares considera que a geringonça “perdura na cabeça de alguns e continua a marcar a linha política” e reprovou a viagem de deputados bloquistas numa comitiva de visita à Ucrânia.
"A geringonça acabou mas perdura na cabeça de alguns e continua a marcar a nossa linha política”, apontou.
Pedro Soares diz mesmo que há um “mal estar instalado” que “transborda” e que a direção atual do partido não está a avaliar “os mais evidentes sinais de crise”. Nesse sentido, considera que não foi feita uma avaliação do percurso eleitoral nos últimos anos.
Com críticas diretas ao discurso anterior, de Mariana Mortágua, afirmou que “os tempos não estão para discursos vagos sobre uma vida boa para todas as pessoas” e recusou fazer “declarações que só podem ter como desfecho a diminuição da nossa identidade e do nosso papel”.
Pedro Soares dirigiu também palavras fortes à situação na Ucrânia. Exigiu, por um lado, “a condenação inequívoca da Federação Russa pela invasão de um país soberano e solidariedade total com o povo ucraniano, que tem o direito de se defender".
Por outro lado, assume-se “perplexo” ao ver “dirigentes do Bloco de Esquerda a “declararem que em matéria de guerra na Ucrânia a posição é a mesma do Governo português", ou seja, o mesmo posicionamento “da NATO”.
Perplexidade é também a palavra escolhida por Pedro Soares para mencionar a integração do Bloco de Esquerda numa delegação parlamentar à Ucrânia “a convite de um neonazi organizador das piores perseguições à oposição de esquerda na Ucrânia”.
“O BE foi a Ucrânia fazer o quê? Comprometer-se com a posição euro-atlântica do prolongamento da guerra e da escalada militar, foi corroborar o convite a um neonazi para discursar no nosso parlamento?", questionou ainda.