Obras da segunda fase do metrobus Porto são "provocação", segundo Pedro Duarte

O candidato da coligação "O Porto Somos Nós" (PSD/CDS/IL) à Câmara do Porto classificou hoje de "provocação" a decisão da administração da Metro iniciar a segunda fase das obras do metrobus (Boavista - Anémona) já na segunda-feira.

Lusa /
José Coelho - Lusa

Pedro Duarte falava à Lusa numa manifestação de protesto que reuniu dezenas de pessoas, junto ao liceu Garcia de Orta, na Avenida da Boavista, no Porto, contra o arranque das obras da segunda fase deste projeto.

"De forma surpreendente, inesperada e eu diria provocatória" é anunciado o início da segunda fase do metrobus, sem que, concluída a primeira fase, "se veja a circular um veículo", afirmou.

Pedro Duarte criticou a decisão que foi tomada a "seis ou sete dias do fim do mandato desta administração da Metro (dia 29), e também a pouco mais de 20 ou 21 dias de haver um novo executivo camarário".

"E, portanto, aquilo que estamos aqui a manifestar é que queremos que haja bom senso, não pedimos mais nada, e que acabem com estas jogadas políticas, que manifestamente só visam criar confusão", considerou.

Pedro Duarte garantiu aos participantes no protesto que tentará "impedir que as obras comecem".

"Mas, se não conseguirmos, podem ter a certeza que no dia a seguir a eu ser eleito presidente da Câmara do Porto, tudo isto vai parar e, com os portuenses, vamos construir uma nova solução diferente para esta zona da cidade", afirmou.

Em declarações à Lusa, o candidato reforçou a ideia de que iniciar obras neste momento é "uma provocação que visa, talvez, criar alguma turbulência na campanha eleitoral. É uma jogada partidária que para nós é inaceitável. Acho que a Metro do Porto é uma empresa pública que tem, evidentemente, de defender os interesses, neste caso, da cidade, mas de todas as áreas onde ela intervém".

"E é isso que estamos aqui a apelar, como já fizemos em junho, na altura conseguimos, e estou certo que agora vamos conseguir, mesmo que as obras comecem, nós a seguir vamos reverter esta decisão", disse.

Nessa altura, após as eleições autárquicas, "já há uma nova administração da Metro do Porto e a relação entre a Metro e a Câmara do Porto mudará radicalmente".

"Temos de ter bom senso, razoabilidade e não vamos ter motivações partidárias nas decisões que forem tomadas. Portanto, a Metro não vai estar ao serviço de algumas candidaturas ou de alguns interesses partidários, a Metro vai defender os interesses da cidade a partir do momento que houver uma nova administração", sustentou.

Pedro Duarte acrescentou que, se for eleito, procurará uma "solução técnica para que esta avenida [da Boavista] tenha transporte público", mas que isso não signifique "prejudicar a vida das pessoas", não signifique "abater centenas de árvores como está no projeto original e não signifique destruir-se uma zona privilegiada da cidade junto a um parque único que merece, evidentemente, ser preservado".

As obras da segunda fase do metrobus do Porto (Boavista - Anémona) vão arrancar na segunda-feira, mas apenas no segmento até ao liceu Garcia de Orta, anunciou na quinta-feira a Metro do Porto, que garante ausência de impacto no trânsito.

"A obra decorre, apenas, no corredor bus dedicado e central da Avenida da Boavista, no troço compreendido entre a rua Jorge Reinel (junto ao Colégio do Rosário) e a Avenida do Dr. Antunes Guimarães e entre esta e a Rua Miguel Torga (na zona da Escola Garcia de Orta)", pode ler-se num comunicado da Metro do Porto enviado às redações.

Além de Pedro Duarte (coligação PSD/CDS-PP/IL), concorrem à Câmara Municipal do Porto Manuel Pizarro (PS), Diana Ferreira (CDU - coligação PCP/PEV), Nuno Cardoso (Porto Primeiro - coligação NC/PPM), Sérgio Aires (BE), o atual vice-presidente Filipe Araújo (Fazer à Porto - independente), Guilherme Alexandre Jorge (Volt), Hélder Sousa (Livre), Miguel Corte-Real (Chega), Frederico Duarte Carvalho (ADN), Maria Amélia Costa (PTP) e Luís Tinoco Azevedo (PLS).

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