É "uma candidatura que assume plenamente o exercício dos seus direitos, desde a apresentação até ao voto, bem como as responsabilidades decorrentes da opção do povo português", afirmou Jerónimo de Sousa, referindo-se à participação de Francisco Lopes na corrida presidencial.

Jerónimo de Sousa insistiu que a candidatura será levada até ao fim, admitindo que Francisco Lopes poderá "ser o candidato que esteja em condições de corresponder" a um segunda volta.

"Não façam contas apressadas porque o juiz ainda não decidiu e, neste caso, o juiz é o povo português", apelou o secretário-geral do PCP, na sede do partido, aquando da apresentação do candidato do partido a Belém.

Francisco José de Almeida Lopes, de 54 anos, é "operário" electricista. Integrou desde cedo as fileiras do PCP. Em 1973, com 18 anos, o deputado comunista eleito pelo círculo eleitoral de Setúbal militava já na União dos Estudantes Comunistas e no Movimento Democrático. A sua candidatura foi aprovada por "unanimidade e aclamação" no Comité Central do PCP.

Jerónimo de Sousa rejeita que a candidatura de Francisco Lopes seja considerada "mais uma" à esquerda e que favoreça a direita partidária. Na perspectiva do dirigente do PCP, as candidaturas de Manuel Alegre e Fernando Nobre "representam percursos, práticas e projectos, que comprovadamente se diferenciam e afastam das exigências necessárias do novo rumo para o país".

Já sobre o actual Presidente da República, Cavaco Silva, considera o líder comunista ter "uma enorme responsabilidade, pela sua activa acção convergente com a política de direita e de abdicação nacional ao serviço dos grupos económicos e financeiros defendida pelo PSD e CDS e prosseguida pelo Governo do PS".

Francisco Lopes é o quarto candidato anunciado na corrida ao Palácio de Belém, que deverá realizar-se nos primeiros meses de 2011. Até ao momento foram anunciadas as candidaturas de Manuel Alegre (apoiado pelo PS e pelo Bloco de Esquerda), Fernando Nobre (sem apoios partidários) e Defensor de Moura (deputado socialista).