Última Hora
Trump anuncia tarifas de 25 por cento sobre viaturas fabricadas fora dos Estados Unidos

Pedro Nuno aponta PS unido em torno de um candidato único

por RTP
Foto: Rui Minderico - Lusa

Pedro Nuno Santos diz que o PS está "consciente de que deve estar o mais unido possível" no apoio a um candidato presidencial único. O secretário-geral dos socialistas defende, nesse sentido, que o partido deve esperar pela manifestação da vontade dos que pretendem apresentar-se a votos na corrida a Belém.

Pedro Nuno Santos falou aos jornalistas no final da Comissão Nacional do PS que decorreu hoje em Setúbal sobre o tema das presidenciais, assegurando que foi "uma reunião muito pacífica e participada" e recusando que haja qualquer "indefinição ou hesitação" uma vez que ainda não há candidatos sobre os quais os socialistas têm que decidir o apoio.

"Sai sobretudo um partido unido, consciente de que deve estar o mais unido possível no apoio a um candidato", defendeu.

Segundo o líder do PS, o partido não tem "o direito de impor" porque "as pessoas são livres de avançar com as suas candidaturas", mas insistiu que "terá mais força se for uma única candidatura do espaço político do PS".

"Sai também a ideia de que nós precisamos de um Presidente da República que partilhe a mundividência, a matriz de valores do Partido Socialista. Isso é para nós fundamental. Que tenha competência, percurso político e profissional e tenha uma visão do mundo e a capacidade de representar Portugal no mundo à dimensão daquilo que o nosso país nos habituou", enfatizou, traçando uma espécie de perfil.

De acordo com Pedro Nuno Santos, dos diferentes nomes que vão sendo apontados na área do PS - António José Seguro e António Vitorino são os nomes que têm surgido - "todos conseguem cumprir estas competências, estas características".

"Agora temos de esperar pelo momento em que essa vontade é manifesta de forma inequívoca para depois nós decidirmos", disse, antecipando que esta decisão deverá ser tomada pela Comissão Nacional do partido.

O líder do PS disse que não tem um calendário para esta decisão porque "isso depende da vontade dos próprios manifestarem a sua vontade".

"O partido não determina nem decide a vontade que têm diferentes personalidades da nossa área política de se candidatarem. Por isso, nós temos de aguardar e aguardaremos pela manifestação dessa vontade, seja em público, seja em privado, a nós, para depois nós então podermos decidir", apontou.

Outro dos objetivos que saíram desta reunião do órgão máximo entre congressos é que se consiga "poupar" os "camaradas e potenciais candidatos" da área do PS "a críticas que devem estar concentradas nos adversários", apontou ainda Pedro Nuno Santos.

Sem nunca citar a IL, Pedro Nuno Santos apontou a partidos que apresentam os seus candidatos, por exemplo no final do congresso, algo que os socialistas não farão.

"Uma coisa é certa, o candidato do centro-direita (Marques Mendes) tem de facto um problema e precisava também de se apresentar rapidamente. Leva 12 anos de comentário televisivo ao domingo à noite e não aparece bem em nenhuma das sondagens", atirou.

O líder do PS apontou que apesar de ainda não haver o apoio a um candidato definido, os nomes que se falam da área socialista "estão à frente do candidato do centro-direita".

"Acho que isso é um sinal forte de que o candidato que surgir da área do centro-esquerda tem uma grande possibilidade, não só de travar a segunda volta, mas de ganhar essa segunda volta", defendeu.

De acordo com Pedro Nuno Santos, "o processo das presidenciais foi precipitado", algo que não foi feito "nem pelos partidos nem pelos potenciais candidatos", mas sim pela comunicação social.

"E portanto as decisões têm que decorrer no tempo próprio, necessário, porque neste momento o que nós precisamos é que quem tenha vontade manifeste essa vontade para então depois o Partido Socialista decidir quem é que apoia", disse.

Santos Silva confirma "conversas" por candidatura única

Augusto Santos Silva revela que tem havido diálogo no PS em torno das presidenciais para se chegar a um único candidato. No entanto, o ex-presidente de Assembleia da República não garante se vai avançar com uma candidatura à Presidência da República.

Santos Silva considera entretanto que o PR deve ter "experiência profissional e política".

Questionado sobre o qual seria o melhor candidato socialista às eleições presidenciais, Augusto Santos Silva preferiu "não meter a carroça à frente dos bois" e defendeu que o perfil do futuro presidente deve ter experiência política e o conhecimento sobre as instituições democráticas.


Carneiro reforça tese do candidato único

O antigo candidato à liderança do PS José Luís Carneiro também considerou importante que haja uma candidatura presidencial única apoiada pelos socialistas, defendendo que aqueles que têm vontade de avançar devem dar "um passo em frente".

À saída da Comissão Nacional, Carneiro adiantou aos jornalistas as ideias que defendeu nesta reunião do órgão máximo entre congressos: "Sublinhei a importância de conhecermos no plano político aquilo que defendem os que querem ser candidatos no espaço do centro-esquerda, ou seja, já há um candidato do centro-direita e é muito importante termos um candidato único do espaço do centro-esquerda que venha a ser apoiado pelo Partido Socialista".

Se é importante haver "um candidato único" apoiado pelo PS, para o antigo ministro "também é muito relevante" que se conheça "o pensamento político em matérias tão decisivas" como aquelas que é preciso enfrentar em termos nacionais e internacionais.

"O partido está a fazer aquilo que tem que fazer, a ouvir os seus militantes, parece-me bem, mas há uma questão que é fundamental, que é do império da vontade", acrescentou.
Para José Luís Carneiro "é preciso que aqueles que têm essa vontade deem um passo em frente e digam que querem mesmo ser candidatos à Presidência da República e, a partir daí, o Partido avaliar quem deve apoiar".

"Se houver o apoio do Partido Socialista a uma das candidaturas, à luz dos inquéritos de opinião que são conhecidos, há condições para o candidato do centro-esquerda passar à segunda volta. Passando à segunda volta, tem condições para agregar não apenas votos à nossa esquerda, mas também votos no nosso centro-direita e, portanto, ganhar as eleições, que é esse o objetivo", justificou.

Sobre o nome que apoiaria entre os dois putativos candidatos presidenciais que têm estado em cima da mesa na área do PS, António José Seguro e António Vitorino, o dirigente socialista escusou-se a pronunciar-se considerando que isso iria limitar quer "o espaço próprio de quem quer ser candidato" quer "o espaço da direção do Partido Socialista".

Segundo o antigo opositor de Pedro Nuno Santos nas últimas eleições internas, "é muito importante que os militantes sejam ouvidos em sede própria", que é a Comissão Nacional.


c/ Lusa
Tópicos
PUB