Política
Pedro Nuno Santos assume erros da "geringonça" na Imigração e Habitação e apela a reflexão da esquerda
Dez anos depois da tomada de posse da chamada "geringonça", Pedro Nuno Santos faz um balanço que mistura orgulho e mea culpa.
Num artigo de opinião publicado no jornal Público, o antigo líder do PS e ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação descreve a solução governativa apoiada por PCP, BE e PEV como “uma experiência extraordinária” e “uma riqueza imensa para o país”, mas admite que “não correu tudo bem”. A Habitação e a Imigração são os temas a que mais ponta falhas que devem servir de lição para que a esquerda “recupere a confiança dos portugueses”.
Sobre a habitação, área que tutelou, o socialista reconhece que o PS reagiu com atraso. “Devíamos ter começado a construir mais cedo e muitas mais casas”, afirma, sublinhando que, mesmo assim, tal não teria sido suficiente perante um mercado onde a habitação passou a funcionar “como ativo financeiro”.
Pedro Nuno Santos recorda que só em 2023 o Governo iniciou medidas para restringir a procura que não se destinava a habitação própria ou arrendamento, e “ainda que de forma insuficiente”.
Quanto à imigração, o ex-ministro distancia-se da visão dominante à esquerda e assume que “as políticas migratórias também não estiveram bem”.
Embora o mercado de trabalho tenha conseguido integrar “a esmagadora maioria” dos estrangeiros que chegaram ao país, Pedro Nuno Santos considera que Portugal “não estava preparado, nem se preparou, para receber mais de um milhão de pessoas em cerca de meia dúzia de anos”.
Defende por isso uma intervenção do Estado na regulação dos fluxos migratórios, alertando para riscos de tensões sociais, culturais e políticas que a esquerda “não pode desvalorizar sob pena de perder as pessoas que primeiro pretende representar”.
O antigo líder do PS recorda o contexto que deu origem à solução governativa de 2015 e escreve que a “geringonça” nasceu após “quatro anos duros, de desesperança e angústia” sob o executivo PSD/CDS e a intervenção da troika.
Pedro Nuno destaca ainda o papel de Cavaco Silva, então Presidente da República, que considera ter dado “um grande contributo para a estabilidade” ao exigir um acordo escrito entre os partidos. Já Marcelo Rebelo de Sousa, afirma, não repetiu essa exigência em 2019, o que, no seu entendimento, contribuiu para a “instabilidade política”.
No balanço global, o ex-ministro aponta conquistas como o congelamento das propinas, o fim das taxas moderadoras no SNS e o “braço de ferro” para reverter a austeridade da troika, reiterando que “o equilíbrio das contas públicas não se atinge com austeridade”.
Ainda assim, sublinha que nem tudo correu bem, e que o futuro da esquerda depende da capacidade de aprender com os erros cometidos, de forma a recuperar a confiança que conquistou em 2015.
Sobre a habitação, área que tutelou, o socialista reconhece que o PS reagiu com atraso. “Devíamos ter começado a construir mais cedo e muitas mais casas”, afirma, sublinhando que, mesmo assim, tal não teria sido suficiente perante um mercado onde a habitação passou a funcionar “como ativo financeiro”.
Pedro Nuno Santos recorda que só em 2023 o Governo iniciou medidas para restringir a procura que não se destinava a habitação própria ou arrendamento, e “ainda que de forma insuficiente”.
Quanto à imigração, o ex-ministro distancia-se da visão dominante à esquerda e assume que “as políticas migratórias também não estiveram bem”.
Embora o mercado de trabalho tenha conseguido integrar “a esmagadora maioria” dos estrangeiros que chegaram ao país, Pedro Nuno Santos considera que Portugal “não estava preparado, nem se preparou, para receber mais de um milhão de pessoas em cerca de meia dúzia de anos”.
Defende por isso uma intervenção do Estado na regulação dos fluxos migratórios, alertando para riscos de tensões sociais, culturais e políticas que a esquerda “não pode desvalorizar sob pena de perder as pessoas que primeiro pretende representar”.
O antigo líder do PS recorda o contexto que deu origem à solução governativa de 2015 e escreve que a “geringonça” nasceu após “quatro anos duros, de desesperança e angústia” sob o executivo PSD/CDS e a intervenção da troika.
Pedro Nuno destaca ainda o papel de Cavaco Silva, então Presidente da República, que considera ter dado “um grande contributo para a estabilidade” ao exigir um acordo escrito entre os partidos. Já Marcelo Rebelo de Sousa, afirma, não repetiu essa exigência em 2019, o que, no seu entendimento, contribuiu para a “instabilidade política”.
No balanço global, o ex-ministro aponta conquistas como o congelamento das propinas, o fim das taxas moderadoras no SNS e o “braço de ferro” para reverter a austeridade da troika, reiterando que “o equilíbrio das contas públicas não se atinge com austeridade”.
Ainda assim, sublinha que nem tudo correu bem, e que o futuro da esquerda depende da capacidade de aprender com os erros cometidos, de forma a recuperar a confiança que conquistou em 2015.