Pedro Nuno Santos recusa "especular sobre cenários" para as eleições legislativas

Pedro Nuno Santos considera que já não é tempo de discutir quem tem a culpa pela crise política e dissolução da Assembleia da República, admitindo que quer manter "uma boa relação com o presidente da República". Em entrevista à RTP, o secretário-geral do PS diz não se sentir "inibido em falar de Justiça", mas acha que não deve "fazer considerações sobre isso".

Inês Moreira Santos - RTP /

Foto: Miguel A. Lopes - Lusa

"Eu tenho uma boa opinião do senhor presidente da República, sempre tive uma boa relação com o senhor presidente da República e quero mantê-la", começou por responder quando questionado sobre as críticas a Marcelo Rebelo de Sousa que foram mencionadas em várias intervenções no Congresso do PS.

"Eu apoiei a iniciativa do primeiro-ministro, entretanto, o presidente da República fez uma leitura diferente e não há da minha parte nenhum drama sobre isso", esclareceu ainda Pedro Nuno Santos. "Foram marcadas eleições e nós estamos focados é nessas eleições".

Sobre os casos judiciários que têm sido mencionados, nomeadamente os que envolvem nomes do PS, o novo secretário-geral do PS acredita que o mais importante é "respeitar o sistema judicial" e não deve, enquanto líder socialista, "fazer considerações sobre isso".

Além disso, acha que deve "tentar separar" as opiniões sobre a Justiça para "não parecer que (...) tem a ver com um caso judicial em concreto".

Questionado sobre a possibilidade de um Governo socialista com acordo à esquerda, Pedro Nuno Santos referiu que é "fundamental que o Partido Socialista esteja concentrado em mobilizar o povo português para o seu programa, para o seu projeto" e não fazer "cenários especulativos".

"Nós estamos concentrados em convencer as pessoas de que o nosso projeto é o melhor para o país", continuou. "Não quero passar uma campanha a contribuir para especulação sobre cenários que não consigo prever".

Sobre as criticas da direita, o líder socialista começou por dizer que o PS não é "eleito para suportar o PSD".

"Essa ideia de termos o PS e o PSD comprometidos os dois com a mesma governação não é boa. (...) É má para a democracia", sublinhou. "Isso é bom é para o Chega. O Chega beneficia de um descontentamento em relação a um governo que é suportado pelo PS e o PSD".

"Isso permitiria ao Chega continuar a crescer, agregar descontentamento. Nós queremos é derrotar o Chega, queremos derrotar o PSD, queremos derrotar a direita toda".
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