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Pizarro não aceita voltar a colaborar com Rui Moreira

por João Fernando Ramos, Rui Sá

Manuel Pizarro recusa a ideia de que foi o PS a romper o entendimento com o movimento de independentes encabeçado por Rui Moreira no Porto. "Foi uma decisão da comissão política do movimento recusar o apoio do PS", afirmou no Jornal 2 o agora candidato socialista à autarquia portuense.

"Esperámos até sábado à noite um desmentido de Rui Moreira que não aconteceu. O PS só então decidiu avançar sozinho, porque o PS nunca voltou as costas ao Porto", disse Manuel Pizarro.

Em entrevista ao Jornal 2, Pizarro mostrou-se magoado com a situação, acrescentando que "terão que existir consequências" da recusa do apoio que tinha sido dado. E fecha a porta à possibilidade de vir a assumir um pelouro após uma putativa vitória de Rui Moreira, o candidato, que diz, parte em vantagem para esta corrida autárquica. "Há convites que se forem aceites diminuem as pessoas que são convidadas. A esse convite eu digo não obrigado".

"Seria melhor se fossemos juntos. Se não nos querem numa candidatura conjunta. Apresentaremos o nosso programa", afirmou o candidato do PS.

O dirigente da federação distrital do Porto nega que alguma vez tenha estado em causa a discussão de lugares numa lista. "Nunca houve um problema de lugares. O Partido Socialista entendeu apoiar o Dr. Rui Moreira porque se revia no projeto de cidade que estávamos a construir em comum. As pessoas tinham naturalmente que ser escolhidas pelo seu mérito e competência".

Rui Moreira deixou claro em todas as suas intervenções que não aceitaria como número dois da sua candidatura um militante de um qualquer partido, garantindo que o lugar de vice-presidente da autarquia seria reservado para uma figura independente. Sobre isso, Manuel Pizarro é perentório: "Estive quatro anos neste projeto. Nunca quis ser beneficiado pelo facto de ser militante e dirigente socialista, mas também não aceito ser diminuído por esse facto".

Na primeira entrevista após o "divórcio", o agora candidato reafirma que considera a gestão de Rui Moreira "muito positiva", mas destaca que ela teve ao longo destes quatro anos "uma forte participação do Partido Socialista".

O acordo de governação da autarquia portuense foi, em 2013, mal entendido quer pela direção nacional do Partido Socialista, quer pela federação distrital do partido no Porto. Manuel Pizarro confirma. "Acho isso até muito relevante. Na altura não tive dúvidas que acordo era benéfico para a cidade e foi por isso que avancei. Durante estes quatro anos tudo funcionou manifestamente bem. Com lealdade, com grande entrega e competência".

Sobre as declarações de Ana Catarina Mendes, dizendo que uma vitória de Rui Moreira no Porto seria uma vitória do Partido Socialista, e que são apontadas como ponto de rutura entre o movimento de Rui Moreira e o PS, Manuel Pizarro garante que não terão passado de um pretexto. "Foram aclaradas pela própria no momento seguinte e eu vim a público afastar a ideia de que existia no Porto uma coligação".

O dirigente socialista disse que os pelouros que os eleitos socialistas ocupavam na gestão autárquica foram devolvidos, mas garante que os vereadores vão manter-se na câmara e terão uma posição construtiva, "igual à que mantivemos até agora, até ao último dia".

Manuel Pizarro afirma que PS concorre para ganhar. "No final serão os portuenses a terem a última palavra".
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