Portugueses acreditam num ligeiro alívio da austeridade em 2015

por RTP
REUTERS/Rafael Marchante

Melhorou ligeiramente a expectativa dos cidadãos sobre a pressão da austeridade em 2015, mas continua muito alto o número dos que consideram prejudicial para o futuro do país todo o esforço realizado nos últimos anos. O novo barómetro da Universidade Católica para a Antena1 e RTP mostra ainda que há um sentimento maioritário de que é politicamente possível aliviar a carga fiscal no próximo ano.

Refira-se que este inquérito foi realizado nos dias 11, 12 e 13 deste mês, antes da apresentação pública da proposta de Orçamento do Estado, que aconteceu a 15, tendo sido aprofundada na sua vertente fiscal ontem, 16.



Uma larga percentagem dos inquiridos no estudo da Católica (34%) antevê que a austeridade se torne mais agressiva em 2015, o que, ainda assim, traduz uma melhoria face ao revelado na sondagem realizada em abril deste ano (49%). Os que julgam que não haverá alívio ou agravamento situam-se agora na casa dos 40% - eram 34%, há seis meses. O setor dos mais otimistas cresce: em outubro, 19% confiam num alívio da austeridade. Em abril, eram apenas 11%.



Mantém-se alta, embora ligeiramente atenuada, a opinião crítica sobre os efeitos das políticas do executivo PSD/CDS na vida dos cidadãos. 43% avaliam que o futuro do país será pior, devido às opções tomadas pelos governantes (eram 51% em abril), com 37% a revelarem mais confiança no que aí vem (eram 34%).

A larga maioria dos inquiridos (56%) considera haver condições para baixar os impostos em 2015, sendo que para esse valor contribuem substancialmente os que se declaram de esquerda. No entanto, essa ideia tem também muitos adeptos entre os simpatizantes do PSD (49%) e do CDS (45%). Menos surpreendente é o facto de os que julgam não haver margem para alívio fiscal (29%) serem maioritariamente eleitores dos partidos da coligação que apoia o governo.


Ficha técnica

Esta sondagem foi realizada pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 11, 12 e 13 de outubro de 2014. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas aleatoriamente dezanove freguesias do país, tendo em conta a distribuição da população recenseada eleitoralmente por regiões NUT II e por freguesias com mais e menos de 3200 recenseados. A seleção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até que os resultados eleitorais das últimas eleições legislativas nesse conjunto de freguesias (ponderado o número de inquéritos a realizar em cada uma) estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais dos cinco maiores partidos. Os domicílios em cada freguesia foram selecionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o mais recente aniversariante recenseado eleitoralmente na freguesia. Foram obtidos 1064 inquéritos válidos, sendo 62% dos inquiridos do sexo feminino, 36% da região Norte, 18% do Centro, 31% de Lisboa, 8% do Alentejo e 7% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo, escalões etários, região e habitat na base dos dados do recenseamento eleitoral e do Censos 2011. A taxa de resposta foi de 66%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1064 inquiridos é de 3%, com um nível de confiança de 95%.

* A taxa de resposta é estimada dividindo o número de inquéritos realizados pela soma das seguintes situações: inquéritos realizados; inquéritos incompletos; e recusas.

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