Pós-europeias. Freitas do Amaral prevê que PS "vai subir nas legislativas"

por RTP

Entrevistado na RTP3, Diogo Freitas do Amaral avaliou os resultados portugueses das eleições para o Parlamento Europeu. O fundador do CDS, antigo candidato presidencial e ministro dos Negócios Estrangeiros na governação de José Sócrates vaticinou para António Costa um crescimento nas próximas legislativas.

"António Costa tem sido um bom primeiro-ministro e estou convencido de que, nas legislativas, vai subir", estimou Freitas do Amaral, para quem "o facto de o PS ter ficado em primeiro lugar" nas eleições europeias do último domingo "não é nenhuma surpresa".

Relativamente ao PSD de Rui Rio, o antigo candidato à Presidência da República acentuou o "resultado baixo". Mas advertiu contra uma dramatização. E deixou uma nota sobre a atual liderança do principal partido da oposição.

"Tenho muita simpatia pessoal pelo doutor Rui Rio, mas ele vai um pouco na política dos casos", afirmou Freitas do Amaral na edição desta terça-feira do 360."O grande objetivo de Costa é ganhar as próximas eleições legislativas e depois carreira europeia", afirmou Freitas do Amaral.

Sobre o CDS, considerou que a quebra era previsível. Expressou também "estima" pela líder dos democratas-cristãos, Assunção Cristas, mas apontou-lhe "uma linguagem por vezes agressiva".

"Assunção Cristas e a sua equipa deviam fazer um esforço para conquistar autarquias", disse também o fundador do CDS.

A estreia do PAN no Parlamento Europeu, com a eleição de um eurodeputado, foi igualmente encarada por Freitas do Amaral como um resultado expectável, dado que "as questões ambientais são fundamentais".

Freitas fez uma avaliação positiva do desempenho do Bloco de Esquerda, em particular da campanha de Marisa Matias, "a que mais falou de temas europeus". "Mas a subida do BE também se deve à capacidade de Catarina Martins falar do que interessa às pessoas", acrescentou.

Quanto aos comunistas, Freitas do Amaral foi taxativo: "A economia, hoje, não é baseada na grande indústria, mas nos serviços, e naturalmente o PCP está condenado".

Perspetivando já o pós-legislativas, o antigo governante sustentou que "o que mais convirá será um governo minoritário do PS, que depois irá fazendo leis com este ou aquele".

"Não acredito numa coligação de governo. Talvez haja hipóteses para uma coligação parlamentar", rematou.
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