"Privatização da Segurança Social? Absolutamente fora de questão", promete ministra do Trabalho
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social recusa a privatização da Segurança Social e acusa o Partido Socialista (PS) de aproveitamento político.
Acrescenta que não compreende como é que o PS deduziu que ao criar um grupo de trabalho para estudar o futuro da Segurança Social o Governo estaria a ponderar a privatização do sistema.
A ministra assegura que “o nosso sistema é público e continuará a ser público”. Acusa por isso o PS de ter feito “um aproveitamento muito oportunista do facto de termos criado um grupo de trabalho para estudar o financiamento da Segurança Social”.
Diz mesmo que os socialistas alarmaram a população com “fantasmas que não existem” e fala em “aproveitamentos políticos de mau tom”.
E garante que “a Segurança Social está sustentável e o Fundo de Estabilização para a Segurança Social nunca esteve tão bem”. Para a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, “os nossos pensionistas estão bem apesar de terem pensões baixas” e acredita que “haverá margem para aumentar pensões de acordo com a execução orçamental".
Mas deixa essa confirmação para o próximo ministro das Finanças que, espera, seja da AD. PS e CHEGA “têm medo que as pessoas ganhem mais”, acusa a ministra do Trabalho.
Sobre as medidas aprovadas em sede de Concertação Social que impediriam um achatamento entre o salário mínimo nacional ao salário médio, Maria do Rosário Palma Ramalho lamenta que a chamada norma do leque salarial tenha sido depois chumbada por ambos os partidos na Assembleia da República.
“É grave que partidos como o Chega e sobretudo como o PS não aceitem o que diz a concertação social”, acrescenta. Por isso mesmo, a Ministra do Trabalho acusa os socialistas de desvalorizarem a Concertação Social.
Na opinião de Maria do Rosário Palma Ramalho, “a experiência de oito anos do PS foi uma experiência de desvalorização da concertação social, é um facto" e dá como exemplo a aprovação da Agenda do Trabalho Digno que não chegou a ir a discussão com os parceiros sociais. A semana de quatro dias é matéria para decisão das empresas e não do Estado, defende a ministra do Trabalho que avisa: “Não podemos precipitar-nos".
Maria do Rosário Palma Ramalho prefere que seja o empregador a decidir por uma semana de trabalho mais curta. E acrescenta que essa decisão “não pode ser por decreto”. A Santa Casa da Misericórdia “conseguiu equilibrar as contas” garante a ministra do Trabalho.
Maria do Rosário Palma Ramalho elogia a nova direção. Diz mesmo que a “execução financeira está acima dos 30 por cento”.
E assume que no passado existiu um problema de gestão.Entrevista conduzida por Natália Carvalho, editora de Política da Antena 1.