PSD e CDS vão juntos a votos com 11 ministros a encabeçar listas e sem monárquicos
Nas listas da até agora denominada Aliança Democrática, para além de 11 atuais ministros como cabeças de lista, o ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, é o número dois por Lisboa às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio. O Partido Popular Monárquico deixa de fazer parte da coligação Aliança Democrática e regressa um ex-governante suspeito de conflito de interesses.
“Nada melhor que ter os protagonistas que fizeram e que se espera continuem a fazer para poder explicar” o que “vamos fazer”. Foi desta forma que Luís Montenegro explicou, no Conselho Nacional extraordinário do PSD, realizado na última noite, os 11 ministros como cabeças de lista.
Ou seja, diz Luís Montenegro, o objetivo é “prestar contas”, traçar o caminho a seguir e explicar “às pessoas por que é que reforçando o apoio neste Governo podem esperar ainda melhores resultados do que aqueles que nós já fomos capazes de apresentar”.
Fora das listas ficam os dois deputados do PSD acusados na operação Tutti-frutti, Luís Newton e Carlos Eduardo Reis.
Já o líder da Juventude Social-Democrata, João Pedro Louro, surge em lugar elegível.
Quanto ao CDS-PP, repete a fórmula das últimas eleições e tem dois lugares elegíveis: um na lista Porto (Nuno Melo) e outro na de Lisboa (Paulo Núncio).
Hernâni Dias, o ex-secretário de Estado
Nas listas da AD às legislativas antecipadas está Hernâni Dias, antigo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, como cabeça de lista por Bragança.
No Parlamento, Hernâni Dias anunciou que a criação das duas empresas foi aprovada pela Entidade para a Transparência, através de um contacto telefónico, quando já estava no Governo.
Porém, a Entidade da Transparência veio desmentir essas declarações, dizendo que não foi contactada sobre a constituição dessas empresas.
Ainda relacionado com Hernâni Dias, cabeça de lista da AD por Bragança, a RTP também avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia por ter alegadamente recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.
A sigla AD e o PPM
A coligação Aliança Democrática perdeu um parceiro porque o PSD vai candidatar-se às legislativas antecipadas apenas com o CDS-PP.
O PPM, Partido Popular Monárquico, fica de fora. Um tema que dominou as conclusões do Conselho Nacional do PSD, na noite de quarta-feira.
Gonçalo da Câmara Pereira diz-se desapontado com a exclusão do Partido Popular Monárquico da Aliança Democrática.
"As promessas que nos fizeram não foram avante, vamos sozinhos. Não temos problemas, não temos complexos", assegurou o líder do PPM que defende ainda que a sigla AD não pode ser utilizada “sem serem estes três partidos (PPM com PSD e CDS)".
Gonçalo da Câmara Pereira não esclarece se vai recorrer à justiça para impedir o uso do nome Aliança Democrática.
Hugo Soares, o secretário-geral do PSD, remete para os próximos dias a denominação da coligação.
Questionado se a coligação vai poder continuar a chamar-se AD, Hugo Soares defendeu que "não há nada que impeça a utilização da nomenclatura AD do ponto de vista desta candidatura".
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