PSD promete "guerra sem quartel" contra traçado "absolutamente irracional"

Lisboa, 24 Mar (Lusa) - O presidente do grupo parlamentar do PSD prometeu hoje uma "guerra sem quartel" ao traçado previsto do TGV, considerando-o "totalmente irracional" por passar na Ota e com entrada em Lisboa pela margem Norte do Tejo.

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O traçado da alta velocidade ferroviária Lisboa-Porto foi o assunto em debate hoje numa audiência do presidente da bancada parlamentar do PSD, Paulo Rangel, e do deputado Pedro Duarte, com o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), Francisco Van Zeller, que recentemente afirmou que o Governo optou por uma solução "absurda" e "inexplicavelmente" mais cara.

Na semana passada, o PSD também condenou o projecto e citou um estudo da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento do Transporte Ferroviário (ADFER) para acusar o Governo de "optar por um traçado que custa mais mil milhões de euros do que o traçado alternativo pela margem Sul".

Hoje, após o encontro com o presidente da CIP, Paulo Rangel reiterou as críticas, afirmando que "não é a primeira vez que o Governo se engana redondamente e não faz os trabalhos de casa e prejudica o país desta maneira, a seis meses das eleições", comparando o processo do TGV ao da escolha da localização do novo aeroporto de Lisboa.

O PSD considera que o traçado previsto é "totalmente irracional" e questiona: "como é que, tendo mudado o aeroporto de lugar [da localização inicialmente prevista da Ota para Alcochete] o traçado do TGV continue a passar na Ota?".

Para a bancada social-democrata, "não se justifica que o país gaste mil milhões de euros para poupar um ou dois minutos", diferença permitida pela entrada pela margem direita (Norte).

O PSD promete "uma guerra sem quartel" e defende que o governo "deve ser chamado à pedra", nomeadamente com a presença "dos responsáveis" no Parlamento para "explicarem por que é que querem gastar mais mil milhões de euros" num traçado que "condiciona por completo a vida em Lisboa" e comporta "um conjunto de erros com consequências gravíssimas".

Na semana passada, Paulo Rangel já anunciara que iria exigir explicações do ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações no Parlamento.

Paulo Rangel desvalorizou os dados da RAVE (Rede Ferroviária de Alta Velocidade), considerando que a empresa tem "posições condicionadas" e baseadas "nos seus estudos insuficientes".

Na semana passada, a RAVE afirmou que a opção de entrada na capital pela margem direita (Norte) é a "solução melhor, mais barata e mais funcional", traduzindo-se num "benefício de 360 milhões de euros" face à opção pela margem esquerda (Sul).

O PSD reiterou que "o investimento no TGV deve ser suspenso por agora", privilegiando-se "os investimentos de proximidade".

"Ainda estamos a tempo de fazer uma escolha acertada e que não comprometa as gerações futuras", sustentou Paulo Rangel.

JH/IEL/SF.

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