"Quem elege o primeiro-ministro é o povo não a oposição"
O primeiro-ministro José Sócrates acusou alguns políticos de estarem mais preocupados com a conquista do poder do que na resolução dos problemas do país e deixou o alerta de que Portugal "precisa de tudo, menos de uma crise política". O líder socialista lembra que quem elege o primeiro-ministro é o povo não os deputados da oposição.
"Vejo por aí tantos políticos a pensarem em não como resolver os problemas do país, não em darem o contributo para resolverem os problemas do país, mas entreterem-se com jogadas palacianas, pensando qual é a melhor altura para provocar uma crise política, qual é a melhor altura para substituirmos o Governo, qual é a melhor altura para provocarmos um problema político ao país" acusou José Sócrates
José Sócrates falava em S. Pedro de Moel, como secretário-geral do Partido Socialista, no âmbito da iniciativa "Geração activa, geração social" que reuniu um conjunto de militantes e simpatizantes do distrito de Leiria.
As criticas do seu discurso dirigiam-se nomeadamente ao líder do PP, Paulo Portas, embora o não citasse directamente. Portas sugeriu na passada quinta-feira que o chefe de Governo abandonasse as suas funções voluntariamente para, na óptica centrista, permitir a formação de um executivo de coligação entre o PS, o PSD e o CDS-PP.
Portugal "precisa de tudo, menos de uma crise política", avisou o secretário-geral do PS, que ocupou grande parte do seu discurso a tecer criticas à oposição sem nunca referir qualquer nome ou partido.
"Esses que agem em função dos seus interesses esquecem-se do seguinte: é que os portugueses, quando elegem políticos, é para que eles se empenhem na resolução dos problemas do país, não que se entreguem a jogadas palacianas que visam apenas responder aos seus interesses imediatos", criticou.
José Sócrates recordou que o primeiro-ministro "é escolhido pelos portugueses e não pelos deputados da oposição".
Portugal é "uma nação com oito séculos de história e é essa história que nos dá ânimo para avançar com confiança", acrescentou o líder socialista que chefia o Executivo salientando que "gerir o país com base no medo é o primeiro passo para nada se resolver".
José Sócrates garantiu aos presentes que não teme o futuro. O primeiro-ministro reconhece as dificuldades que o país atravessa e que obrigam a "medidas duras", mas que "são necessárias e justas", mas sustentou que em paralelo "não se deve esconder" o que de bom tem sido conquistado.
"Teremos o direito de não sublinhar os aspectos positivos que já conseguimos, isso é pecado?", questionou José Sócrates, apontando, como exemplo positivo o crescimento da economia portuguesa, "embora ténue", registado no segundo trimestre deste ano.
"Não sou optimista, nem pessimista, sou determinado", afirmou o líder do PS ao considerar que Portugal é "um país que enfrenta dificuldades, uma nação a trabalhar para resolver os seus problemas".