Recados à classe política. Marcelo avisa que espera "mais ou melhor" em 2024

O presidente da República afirmou, na última noite, que aguarda "mais ou melhor", este ano, nos domínios do crescimento económico, da justiça e da coesão social. Antes de um jantar em honra dos chefes das missões diplomáticas, Marcelo Rebelo de Sousa carregou na ideia de que os portugueses vão designar "caminhos" e a "sustentação política" com a qual "os querem percorrer".

RTP /
António Pedro Santos - Lusa

Durante o evento realizado no Palácio Nacional da Ajuda, em Lisboa, por ocasião do Seminário Diplomático e sem a comunicação social presente, Marcelo Rebelo de Sousa aludiu às eleições legislativas de 10 de março, para sustentar que importa dar “sequência ao que não deve nem pode ser sacrificado, melhorando o que careça de ser revisto”.

Adiante, o chefe de Estado enumerou o que, na sua ótica, “deve continuar”, designadamente o “equilíbrio orçamental, baixa taxa de desemprego, diversificação de exportações, investimento externo, transição energética e digital”.O discurso de Marcelo Rebelo de Sousa, que se prolongou por cerca de 13 minutos, foi divulgado no canal do YouTube da Presidência da República.


Quanto ao que “importa continuar tentando fazer mais ou melhor”, na legislatura que se seguirá às eleições antecipadas, Marcelo referiu o “crescimento económico, aceleração do Plano de Recuperação e Resiliência e atenção ao Portugal 2030, qualificação, ciência, tecnologia, administração pública e justiça. E, de modo particular, coesão social, pessoal, funcional e territorial”.

“Os portugueses partilham todos estes desideratos. Escolherão em 2024 por que caminhos e com que sustentação política os querem percorrer. Ou seja, dirão que arquitetura quererão ir construindo para manter, alicerçar a garantia fundamental de um Orçamento do Estado aprovado, de uma situação económica e social estabilizada”, completou.
Relativamente aos anos de convivência institucional como António Costa como primeiro-ministro e, em particular, o capítulo da diplomacia, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que se tratou de “uma experiência inovatória e desafiante”.

O presidente da República não deixou de elogiar “o desempenho ativo, criativo e internacionalmente muito reconhecido do chefe do Governo e daqueles que o apoiaram nos desafios externos” e agradeceu ao ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, presente na Ajuda, “a determinação, a capacidade analítica e energia inesgotável”.
“Vai ser um ano marcante”
No ano que agora se inicia, continuou Marcelo, realizam-se igualmente eleições para o Parlamento Europeu e as presidenciais nos Estados Unidos. “Vai ser um ano, a vários títulos, marcante, até porque no mundo global os desafios de uns são em larga medida os desafios de todos”, nas palavras do presidente.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu-se à continuidade da política externa como “um dos trunfos” do país e destacou António Guterres, secretário-geral da ONU, entre os nomes portugueses como “protagonismo internacional”. Reconheceu-lhe “coragem serena” em “tempos de guerra, drama, tragédia e emoção”.

“É com júbilo que sempre esperamos mais um exemplo de serviço a muitos mais do que nós por parte de quem já longa e proficuamente serviu os portugueses”, enfatizou ainda.

O presidente da República quis salientar, por último, os cerca de 900 anos de História de Portugal: “Várias vezes se anteviu o termo do nosso caminho, da nossa identidade, da nossa existência, e resistimos”.

c/ Lusa
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