Política
Relatório europeu alerta para risco de "radicalização" da extrema-direita em Portugal
No relatório "Estado de ódio - o extremismo de direita na Europa" são identificados seis grupos ligados à extrema-direita em Portugal, entre eles o Chega, considerado populista radical de direita.
O documento assinala a "normalização" política do partido em 2020 e refere que fez elevar as "narrativas-chave" de extrema-direita "a níveis nunca vistos na política" portuguesa desde o fim do Estado Novo e avisa para a "possibilidade de radicalização das formas de protesto da extrema-direita portuguesa" tendo em conta o agravamento da crise social e económica.
Destaca ainda que o racismo em Portugal foi evidente em vários atos violentos, como a agressão de uma mulher num autocarro, pela polícia, por o filho não ter bilhete ou a morte, nas ruas de Lisboa, do ator, Bruno Candé, por um homem que o mandou "para a senzala".
O relatório "Estado de ódio - o extremismo de direita na Europa" avalia a situação em vários países da União Europeia, mas também da Europa de Leste. Concluiu que 25% dos europeus tem sentimentos negativos em relação aos muçulmanos, quase 33% tem opiniões hostis em relação aos imigrantes em geral e mais de 33% tem opiniões negativas sobre os ciganos.
O estudo é da autoria de dois jornalistas que se dedicam ao tema, Ricardo Cabral Fernandes e Filipe Teles. Foi encomendado por três organizações não-governamentais do Reino Unido, da Suécia, e da Alemanha.