Política
Entre Políticos
"Sampaio da Nóvoa tem um perfil de agregador da esquerda", defende Joana Mortágua
Numa altura em que vão sendo anunciados candidatos à presidência da República - e com três candidatos já anunciados: Marques Mendes, Gouveia e Melo e António José Seguro -, o BE continua à espera de uma figura que seja capaz de captar os votos da esquerda e vê no antigo candidato António Sampaio da Nóvoa uma das figuras mais capazes.
Para a dirigente do BE, a esquerda ainda precisa, contudo, de "vir a jogo" no caminho para Belém, ainda que, na Antena 1, Joana Mortágua refira que o calendário permite ter prudência na apresentação e análise das candidaturas.
"Julgo que ainda temos tempo para que se posicionem candidatos com o perfil que o Bloco de Esquerda determinou, candidatos que possam determinar convergências de partidos à esquerda, motivados pela defesa do direito internacional, que se posicionem contra a corrida ao armamento, pela defesa intransigente da Ucrânia e pelo reconhecimento do Estado da Palestina", disse.
Quanto à candidatura de António José Seguro, a ex-deputada entende que não preenche o espaço idealizado pelos bloquistas: "Naturalmente que não".
PS saúda Seguro, mas lembra: "Não há obrigação de apoiar" Em tempos de mudanças no universo socialista, desde logo com as eleições diretas que devem culminar na eleição de José Luís Carneiro para suceder a Pedro Nuno Santos, o PS ainda aguarda pelos anúncios de candidaturas à esquerda, mas não desvaloriza a candidatura de um ex-secretário-geral do partido.
"É uma candidatura do espaço político da esquerda do Partido Socialista e é muito importante e salutar que tenha dado o passo que toda a gente dizia que seria mais do que provável", afirmou, na Antena 1, o socialista Pedro Vaz.
O deputado e dirigente do PS assinala, no entanto, que o momento não é de declarar apoios oficiais e que, apesar de, no terreno, estar já um antigo líder socialista, serão os órgãos oficiais do partido a decidir se haverá, ou não, apoios a candidatos presidenciais.
"Não há obrigação de nenhum partido apoiar nenhum candidato. Normalmente, os partidos políticos apoiam os candidatos", defende Pedro Vaz, que considera ainda que, não havendo outros candidatos da área do PS além de António José Seguro, o mais natural seria que os socialistas avançassem com um apoio oficial ao candidato: "Depende de se há ou não há mais candidatos do espaço político do PS. Não havendo, acharia estranho".
PSD desvaloriza apoio de Rio a Gouveia e Melo, CDS-PP lembra que acordo de coligação não prevê presidenciais Miguel Guimarães, deputado do PSD, considera que é "precoce" falar sobre questões ligadas às eleições presidenciais, mas, questionado sobre o anúncio de que o ex-líder Rui Rio é o Mandatário Nacional da candidatura de Gouveia e Melo a Belém, assinala que não há motivos para preocupação dentro do universo social-democrata.
"Rui Rio tem a liberdade, como qualquer pessoa que esteja ligada ao Partido Social Democrata, de apoiar o candidato que acha que é o mais indicado para a presidência do país", disse, em declarações na Antena 1, onde rejeitou a ideia de um partido dividido: "O apoio [no Conselho Nacional do PSD] a Marques Mendes foi feito com praticamente todos os votos, portanto, não me parece que o partido esteja dividido".
O social-democrata saúda ainda a entrada em campo do socialista António José Seguro: "A democracia é exatamente isso, é existirem várias possibilidades para que os portugueses possam, em consciência, escolher aquela pessoa que melhor se pode apresentar como presidente da República".
Quanto ao líder parlamentar do CDS-PP, garante que o processo interno sobre as eleições presidenciais ainda não foi iniciado e que nada tem que ver com uma eventual candidatura do ex-líder Paulo Portas.
"As decisões das candidaturas presidenciais são candidaturas individuais. E, por isso, quando esse quadro estiver definitivamente consolidado, o CDS-PP tomará uma posição. Não vou antecipar esse debate", afirmou, na Antena 1, Paulo Núncio, que avisa: "Acordo de coligação entre o PSD e o CDS-PP exclui expressamente as eleições presenciais".