Política
Autárquicas 2025
São "agendas externas". Nuno Melo diz que debater agora a Spinumviva é desrespeitar o poder local
Em Vagos, na Feira da Vigia, o presidente do CDS-PP quer centrar-se nas autárquicas. Está em campanha com o candidato à Câmara Municipal, Hugo Santos, e não tem, garante, outro propósito.
Foto: Oriana Barcelos
É por isso que o presidente centrista recusa comentar o tempo da notícia que dá conta de que o Ministério Público e a Polícia Judiciária pretendem ver aberto um inquérito ao caso Spinumviva. "Nem quero discuti-lo", sublinha Nuno Melo. Aos jornalistas, o presidente do CDS-PP explica que debater esse assunto, nesta altura, é um desrespeito com o poder local.
"As eleições autárquicas são as eleições mais importantes no sentido da proximidade dos candidatos e dos eleitos ao povo, e contaminar eleições tão relevantes, onde estamos a discutir a causa pública, o serviço público, com os candidatos junto das pessoas - contaminar tudo isto, que é tão determinante, com agendas que são totalmente externas e que deveriam estar ausentes do panorama eleitoral autárquico, acho que é um desrespeito para o poder local", afirma.
Nuno Melo quer, sim, falar da corrida a esta autarquia do distrito de Aveiro. Já foi do CDS-PP e o presidente do partido acredita que pode voltar para as mãos dos centristas. Mais do que isso, o presidente do partido acredita que vai manter as seis Câmaras Municipais que já detém no país - mesmo aquelas que vão ter, nestas eleições, novos candidatos, na impossibilidade de recandidatar os atuais presidentes.
"As lideranças contam, mas contam porque esses líderes sabem agregar pessoas que ajudam a fazer o trabalho que é medido em obra e, depois, ajudam nessa transição quando os ciclos terminam, para começar outros - e, normalmente, com os presidentes de Câmara também envolvidos noutras dimensões", afirma.
As equipas - as antigas e as novas, insiste o presidente centrista - são escolhidas "de baixo para cima", a partir das estruturas concelhias e distritais. E vai ser assim no pós-eleições, se for preciso fazer acordos com o Chega? Nuno Melo não clarifica. "Nós respeitamos o poder local e sabemos que, no poder local, os nossos autarcas seguem orientações nacionais de um partido, que estão definidas num congresso. Um congresso não é um simulacro. Quando se apresentam moções de estratégia globais em congressos, é para aprovar um conjunto de linhas orientadoras, que depois são seguidas pelo partido todo. Não são linhas vermelhas, são determinações que são expressas livremente, e em democracia, pelo CDS, em congresso. Não precisamos de traçar linhas vermelhas, porque no CDS tudo acontece com muita naturalidade", avança.