Sócrates lança duras criticas ao PSD e ao BE
O secretário-geral do PS criticou duramente o PSD e o Bloco de Esquerda pela criação da Comissão de Inquérito ao negócio da PT/TVI e chamou-lhe a “santa aliança entre a esquerda e a direita”. No discurso de encerramento do Fórum Novas Fronteiras, em Braga, José Sócrates afirmou que a Oposição quer apenas justificar uma moção de censura ao Governo.
"Quero dizer a essa aliança contranatura que me encontrarão pela frente e que encontrarão pela frente o PS e todos aqueles - e são felizmente muitos - que entendem que há um limite intransponível para o puro jogo partidário. E esse limite é o respeito pelos adversários e é o respeito pelas instituições", afirmou.
Para José Sócrates "esta santa aliança contra o Governo ficará na história do oportunismo político".
"Triste figura a desses auto-proclamados paladinos da verdadeira esquerda que na hora da verdade o que aceitam ser é uma muleta da direita nas suas campanhas contra o PS", referiu.
"Dizem eles, com aquele ar ingénuo e quase angelical que eles costumam pôr, em que só lhes falta uma auréola à volta da cabeça, que isto da comissão de inquérito não tem nada de pessoal. Não tem nada de pessoal", ironizou José Sócrates.
"E muito menos pretende, longe vá o agoiro, justificar à força uma moção de censura", acrescentou.
"Dizem que isto é só para esclarecer umas quantas coisas. Mas deixemo-nos de enganos, eles não estão esclarecidos porque não lhes deu jeito dar ouvidos aos esclarecimentos que foram dados", frisou o primeiro-ministro
José Sócrates recordou que "um após outro, todos os intervenientes directos na negociação entre a PT e a Prisa para a compra da TVI foram dizer ao Parlamento três verdades simples e claras, que não informaram, que não pediram e que não receberam instruções de qualquer membro do Governo. Que esse negócio se destinava a cumprir objectivos empresariais e que não servia nenhum propósito político".
Defesa do PEC
No seu discurso de encerramento do Fórum Novas Fronteiras, José Sócrates defendeu o Programa de Estabilidade e Crescimento ao afirmar que o combate ao défice vai ser feito com a redução da despesa e deixando a garantia de que existe equidade e justiça na cobrança de impostos.
"Fizemos uma opção de base, e essa opção foi a estabilidade fiscal, à excepção de uma taxa adicional e temporária de 45 por cento de IRS para os rendimentos mais altos, não mexemos em nenhuma taxa ou escalão de impostos. Mantemos o valor do IVA e do IRC assim incutindo confiança na economia", declarou o chefe do Governo.
Para José Sócrates "é desta forma que se defendem empresas e a economia".
"Isto significa que a redução do défice se fará essencialmente pelo lado da despesa, e temos de fazê-lo como todos os restantes países europeus o vão fazer. E devemos fazê-lo do lado da despesa para favorecer o crescimento da economia, para favorecer a criação de emprego e para proteger as famílias", acrescentou.
"Este é o sentido da política económica e orçamental da presente Legislatura. E quero que esse sentido fique claro para todos, porque ele é absolutamente determinante", sublinhou José Sócrates.