Sondagem da Católica dá AD a descolar do PS com vantagem sólida de oito pontos
A AD - Aliança Democrática ganharia facilmente as eleições se o escrutínio ocorresse agora, com uma vantagem de oito pontos percentuais (34%) face ao PS (26%), segundo a última sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e jornal Público. Este último inquérito do CESOP revela o alargamento do fosso entre AD e socialistas para oito pontos, quando na sondagem publicada a 9 de maio esse espaço era de quatro pontos (32% - 28%). Em terceiro lugar mantém-se o Chega com uma variação mínima de um ponto (19% agora, tinha 20% a 9 de maio), com o número de indecisos a recuar para os 12 por cento.
Num momento em que a percentagem de indecisos recua significativos três pontos (de 15 para 12 por cento) e que quatro em cada cinco eleitores diz que “de certeza que vai votar ou já votou” (81%), a sondagem do CESOP – Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público, entre 6 e 13 de maio, revela uma clara vantagem da AD sobre o PS, deixando ainda de fora das contas os dois episódios de saúde que afetaram André Ventura em plena ação de campanha.
Com uma ligeira descida de um ponto percentual, o Chega mantém-se na terceira posição (19%), surgindo a grande distância a Iniciativa Liberal (IL), Livre, CDU, BE e PAN.
A IL é a quarta força política subindo um ponto para os 7%, o Livre quinto também com subida de um ponto para os 5%, enquanto CDU (3%) e BE (2%) vêm a seguir com os mesmos valores de 9 de maio, sendo que, sublinha o relatório do CESOP, a “vantagem da CDU tem sido constante nas últimas sondagens”.
Na última legislatura com apenas uma deputada na Assembleia da República, o PAN corre o risco de não conseguir manter a representação parlamentar ao surgir na oitava posição com 1% (antes 1,5%).
Já o JPP é incluído pelo CESOP “no grupo dos ‘outros’ [com] indicação de possibilidade de eleição na Madeira”.
AD e IL longe da maioria absoluta
Em termos práticos, ou seja, em deputados eleitos, os números da AD apontam a um mínimo de 84 e um máximo de 95 parlamentares. O PS terá entre 62 e 72, o que abre a porta ao cenário de um dos grupos parlamentares socialistas mais curto em décadas.
O Chega, que não vê ainda contabilizados os episódios de saúde que afetaram o seu líder, terá entre 43 e 50 deputados, correndo assim o risco de ver o seu grupo parlamentar a diminuir ao invés de aumentar, como vem sendo pedido por André Ventura.
As contas que vêm sendo feitas na fase derradeira da campanha apontam para uma proximidade entre AD e Iniciativa liberal, com Luís Montenegro e Rui Rocha a não rejeitarem a possibilidade de acordo pós eleitoral. Contudo, somando as margens mais otimistas de ambas as forças, no melhor dos cenários um grupo coligado à direita com a exceção do Chega não iria além dos 108 deputados, longe dos 116 exigidos para constituir uma maioria absoluta no Parlamento.
Fora desta contabilidade ficaram os quatro deputados pelos círculos da Europa e Fora da Europa.
Quanto aos restantes partidos, a IL deverá ter entre 7 e 13 parlamentares, o Livre um grupo entre 4 e 8 e a CDU (2-5) a superar o BE (1-4). No fim desta tabela do número de deputados à Assembleia da República, PAN e JPP surgem com duas possibilidades, zero e um deputado, o que para a formação de Inês Sousa Real representa o risco de desaparecimento e para a formação madeirense, pelo contrário, a possibilidade de estreia no Parlamento nacional.
Spinumviva pouco importa aos portugueses
A “empresa do primeiro-ministro” e eventuais problemas legais ou meramente éticos em relação à ligação de Luís Montenegro à Spinumviva é um assunto que pouco interessa aos portugueses. É, pelo menos, dos temas questionados, aquele que menos peso teve na decisão do voto dos potenciais eleitores questionados pela Universidade Católica nesta sondagem.
Assim, surgem em primeiro como fator de decisão para o voto “os debates”, com 28% dos inquiridos a considerarem que este é um tema “muito importante”. A seguir surge a campanha eleitoral, “muito importante” para 24%.
Já “a empresa do primeiro-ministro” é vista por 29% dos inquiridos como um tema “nada importante”. Logo a seguir na consideração dos portugueses como “nada importante” vem a “atuação do Governo durante o apagão” (22%).
Montenegro mantém preferência como primeiro-ministro
Mantendo a tendência de resposta dos portugueses, Luís Montenegro surge neste estudo como o preferido para primeiro-ministro (49%) contra apenas 28% de escolhas a caírem para Pedro Nuno Santos. A 9 de maio a tendência era (47% - 28%).
Há um ano, aquando do primeiro confronto entre os líderes das principais formações partidárias, os dados da Católica apontavam para 46% a considerar que o melhor primeiro-ministro seria Luís Montenegro, enquanto 34% dava preferência a Pedro Nuno Santos.
Quanto à previsão de vitória na eleição de 18 de maio, grande parte dos inquiridos (66%) considera que a AD será a força política mais votada, 16% apontam o PS e 5% dizem que será o Chega.
Ficha Técnica
Este inquérito foi realizado pelo CESOP–Universidade Católica Portuguesa para a RTP, Antena 1 e Público entre os dias 6 e 13 de maio de 2025. O universo alvo é composto pelos eleitores residentes em Portugal. Os inquiridos foram selecionados aleatoriamente a partir duma lista de números de telemóvel, também ela gerada de forma aleatória. Todas as entrevistas foram efetuadas por telefone (CATI). Os inquiridos foram informados do objetivo do estudo e demonstraram vontade de participar. Foram obtidos 1741 inquéritos válidos, sendo 44% dos inquiridos mulheres. Distribuição geográfica: 33% da região Norte, 21% do Centro, 32% da A.M. de Lisboa, 6% do Alentejo, 4% do Algarve, 2% da Madeira e 2% dos Açores. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição da população por sexo, escalões etários, região e comportamento de voto com base nos dados do recenseamento eleitoral e das últimas eleições legislativas. A taxa de resposta foi de 25%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 1741 inquiridos é de 2,2%, com um nível de confiança de 95%.
*Foram contactadas 7018 pessoas. De entre estas, 1741 aceitaram participar na sondagem e responderam até ao fim do questionário.